A maldição do capitão do mato - Cap III Na mina abandonada

Joaquim o filho mais novo do coronel Jõao era um menino muito peralta, apesar da pouca idade costumava ser muito ativo e andar por toda a fazenda com seu pai e um grupo de escravos. Ele tinha um amigo que era escravo, seu nome, Manoel que era 2 anos mais velho que Joaquim. Naquele tempo quando se era criança os pais não faziam questão que os filhos brincassem com escravos.

Num desses dias, Joaquim e Manoel resolveram aprontar e os dois combinaram sair do perímetro da fazenda.

Joaquim pergunta a Manoel:

- Manoel, tem algum lugar que você conhece para irmos brincar?

Manoel se lembrava se algumas conversas que os escravos tinham na senzala:

- Eu ouvi dizer de uma mina que fica do outro lado do rio, não é comum as pessoas irem lá, meu irmão falou que se andarmos após o portão grande e atravessar o rio a mina fica do outro lado.

- O que é essa mina? Pergunta Joaquim.

- É a mina onde os escravos mais antigos garimpavam ouro para os donos de fazenda. Diz Manoel.

- Você tem coragem de ir até lá?

- Eu tenho, diz Manoel.

Os dois decidem desobedecer as ordens tanto da familía da casa grande quanto dos escravos e somem das vistas deles.

As horas se passam, o coronel e sua familía ficam nervosos, os escravos também porque os dois sempre brincavam juntos e não saiam da fazenda.

Dona Jurema num olhar de preocupação temia pelo pior, ela parecia sentir que algo de ruim poderia acontecer aos dois e conversa com dona Ana a esposa do coronel João.

- Dona Ana, manda fazer uma busca para trazer esses dois, percebo que algo pode acontecer, não deixa anoitecer, pode ser pior.

Dona Ana ouvindo Jurema pede que o coronel organize uma busca para achar os dois.

- João, Joaquim e Manoel estão desaparecidos, estou preocupada com meu filho. Diz dona Ana muito aflita.

- Mulher, estou organizando um grupo, vou atrás desses moleques, vou dar uma lição a eles.

João e um grupo de escravos partem para além da fazenda em busca dos dois. Ele argumenta com um dos escravos:

- Você sabe para onde eles podem ter ido?

- Senhor, acho que eles foram para mina abandonada diz o escravo.

- Como assim? Já faz muito tempo que ninguém vai naquela mina, o que esses moleques foram fazer lá?

- Sabe como é criança senhor, eles bagunçam mesmo.

- Sei, esses moleques me pagam.

Enquanto isso, Joaquim e Manoel chegam na mina, próximo a porta da entrada há uma espécie de um lago raso provocado pela escavação que depois foi inundado onde dá até para nadar. Numa grande brincadeira os dois moleques decidem nadar nesse lago. Após alguma horas de diversão, os dois ficam na margem do lago para descansar, nesse momento olham para uma espécie de capa de couro que está na margem. Eles ficam muito assustados e querem fugir, porém, a curiosidade chama pelos dois.

Os dois meninos mesmo com muito medo começam a mexer na capa e

a colocar no corpo.

Joaquim fala a manoel:

- Essa capa é tão antiga, quem deixou ela aqui?

- Não sei Joaquim, deve ser um desses fujão de fazenda que abandonou isso. Ela até que é bonita.

Manoel também veste a capa.

Nesse momento dona Jurema sente um enorme calafrio, cai no chão e como algo inexplicável vem a falecer.

Com o passar das horas, a comitiva do coronel João chega na entrada da mina e encontra os dois brincando:

Muito irritado o coronel pergunta aos dois:

- O que vocês vieram fazer aqui? Não sabe que é perigoso sair da fazenda?

- Pai, nós só viemos brincar.

- Por que vocês estão usando essa porcaria?

- Pai, não foi nada, nós achamos essa capa aqui no lago, só estamos brincando.

- Joga essa capa fora, vamos embora, na fazenda vamos conversar.

Os dois jogam a capa no lago, a capa afunda e eles não tem a menor noção do que acabou de acontecer com isso.

Ao voltar a fazenda as familías tanto de Joaquim quanto de Manoel ficam aliviadas com a chegada dos dois, porém, recebem a noticia do falecimento de Jurema, a escrava mais velha da fazenda.

A esposa do coronel sem entender a morte dela se pergunta:

- Apesar da idade, Jurema era uma mulher muito forte, não entendo porque ela se foi dessa forma.

As pessoas de todos os cantos da fazenda ficaram sabendo da noticía e ficaram muito tristes.

Dona Jurema falecia, no entanto, muitas coisas iriam acontecer por conta das histórias que ela contava.

continua.....

Histórias mil
Enviado por Histórias mil em 11/09/2011
Reeditado em 25/09/2011
Código do texto: T3213363
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