O DIA QUE ME PERDI NO PARQUE.

 -Mandado, mandado, mandando.
   Poeira sobe, saiu a correr atrás daquela pipa, aproximadamente fico a 10 minutos olhando para o céu sem saber para onde eu vou. So realmente paro quando, me pego encarando uma imensa represa e a pipa caindo lá longe, acho que estou perdido.
   Tento fazer meu caminho de volta sem sucesso, passo por um grande parquinho, com gangorra, balancinhos, gira giras. Tudo está tão velho, e enferrujado tentei ir no balancinho, mais a rigidez de suas engrenagens desativadas a pelo menos uma década não me deixou balançar como outrora.
   Ao redor desse parque uma imensa floresta surgia ao redor, raízes de algumas árvores faziam contornos que mais pareciam imensas cobras. O sol estava ficando alaranjado, eu começara a sentir calafrios na barriga, estava realmente ficando com medo de anoitecer e, não encontrar o caminho de volta. Vejo ao longe uma silhueta de um homem vindo em minha direção, cada vez se aproximava ainda mais senti vontade de fazer xixi. Em minha frente parou e fitou meus olhos.
   Senti um cheiro de mofo vindo de sua roupa, seu boné em  formato de boina, não me deixava ver sua feição vi somente olhos amendrotadores, ainda percebi dentes esverdeados e um hálito de causar enjôo quando falou comigo.
   -Aqui não é lugar seguro para garotos andarem sozinhos vá logo para casa antes de anoitecer. Disse.
   -Acho que estou perdido, estou muito preocupado senhor como faço para sair daqui. Disse aflitamente, quando esse senhor já dava as costas para continuar seu caminho, parou, sem olhar para trás, me disse mais 4 palavras.
   -Vá antes de anoitecer. Disse num tom rispido, seguindo em frente.
   Cada vez mais o sol descia no horizonte, a floresta ao redor começa uma espécie de festa com vários sons de animais que eu não conseguia identificar, a silhueta daquele rapaz já havia perdido a tempos, me deparei em frente uma imensa piscina, tinha um trampolim quebrado no meio, as suas águas estavam marrom como a de um pântano, tinha mais folhas ali naquelas águas do que algumas árvores ao meu redor, um manto negro cai sobre o céu, anoitece.
   Uma meia lua clareia aquele céu sem vida, tinha mais nuvens ali naquela noite do que eu vira de dia, um barulho de gravetos quebrando, aquele segurança ia em sua direção quando eu o vi conversar com alguém que eu não via. Não entendi claramente o que dizia, me escondo espero ele passar, um som na piscina alguém está a nadar, meu coração bate desesperadamente, uma menininha  com uma roupa branca límpida tinha os cabelos na altura dos ombros correu em direção ao segurança pegando-a no colo, em instantes ela desaparecia e aparecia novamente.
   Sairam a correr como se esttvessem brincando, foram em direção ao parquinho, barulho de água, de braçadas alguém está na piscina me atrevo a olhar, me sinto sem ar, sem nenhuma força para respirar, várias pessoas estão ali na piscina, uns pulam do trampolim quebrado outros estão ali na beira, umas mulheres passando algo nas costas de criancinhas, deveria ser bronzeador, minha respiração estava ofegante demais, essas pessoas paireciam que estavam dentro de uma televisão sem sinal, elas desapareciam e apareciam quando bem entendiam, eram transparentes.
   Minha roupa já estava grudada no corpo eu transpirava muito, saiu a corrar ali daquele lugar, paro novamente; Ali no parquinho aquele segurança empurrava aquele balancinhu a menininha estava a sorrir, me viu, apontou seu dedo indicador em minha direção, me sinto imóvel, aquele segurança segurou o balancinho, veio em minha direção, estava sem reação, aquela menina desapareceu, estava do meu lado segurando minha mão, desmaio.
   Algo queima meu rosto, com certeza é o sol, por ora me atrevo a abrir meus olhos o medo ainda me queima por dentro, abro meus olhos estou no quintal de casa, meu cachorro Thomáz vem lamber meu rosto, me lavanto achando tudo estranho, entro em casa abro a porta corro para meu quarto, tomo um banho, ainda respiro com dificuldade, vou oara minha cama, deito de barriga para cima com os braços em contrapeito, olhando para o teto relembrando tudo que passei, adormeço.
   Férias escolares, já se passaram 3 meses desde minha aventura aterrorizante naquele parque, lançaram um novo álbum de figurinhas ao bater o último sinal corro para a banca para comprar o meu, era o terceiro da fila quando chega minha vez, fico inerte um cheiro de mofo, minha barriga está se revirando começo a suar frio, aquele homem á minha frente, comprou um álbum  de figurinhas, era o segurança daquilo que achei ter sido um sonho sinto minha calça ficar quente faço xixi, ele se vira, olha em meus olhos me sorri de leve, abaixa o chápeu e sai.
   -Próximo......... Próximo.......Garoto tudo bem?
Eduardo monteiro
Enviado por Eduardo monteiro em 21/10/2011
Reeditado em 25/10/2011
Código do texto: T3289649
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