A maldição do capitão do mato - Cap VII O cerco

- Quem é você escrava?

- Para começar não sou mais escrava, comprei minha carta da alforria, fui escrava de ganho na fazenda do coronel Carlos na fazenda prosperidade, ele esta aqui e pode provar.

- Olá Olga, quanto tempo heim!! Diz o coronel Carlos.

- Já faz muito tempo coronel. Muito tempo mesmo. Diz Olga.

- Então, o que você veio fazer aqui? Pergunta o juiz da comarca.

- Venho que todos nós temos um problema comum, essas mortes, esses dois meninos, acho que se não colocarmos nossas diferenças de lado não conseguiremos vencer essa guerra, não estamos lidando com algo banal, é uma força que vai além da nosso compreensão. Diz Olga despertando a curiosidade de todos ali presentes.

- Olga o que você tem a nos dizer sobre esse caso? Você conheceu Jurema? O que ela sabia sobre essa tal "maldição"?

- É a maldição do capitão do mato. Diz olga em tom forte e que causa arrepios nas pessoas ali presentes.

- Maldição do capitão do mato? Como assim diz o juiz.

- Jurema alguns anos atrás me falou sobre essa maldição, algo que dentro de um determinado tempo aconteceria, tempos após sua morte.

- O que Jurema sabia sobre isso?

- Jurema sabia muitas coisas, essa era a mais impactante delas. Precisamos voltar no tempo para entender isso.....

Olga começa a contar o que Jurema havia lhe dito anos atrás sobre os acontecimentos.....

- Todos vocês conhecem a mina abandonada, então, lá está a chave para esse mistério....

Assim que Olga começa a contar vem o inexperado, o juiz é atingido na cabeça por um tiro que ninguém sabe de onde veio, porém do lado de fora do tribunal os dois rapazes possuidos gritam.

- Seus malditos!!!!! Viemos pegar nosso ouro, nosso ouro!!!!! Ninguém vai sair daqui vivo.

- São eles, os garotos indaga Olga. Eles querem o ouro da mina!!!

- De que ouro você está falando Olga? Que maldição é essa? Pergunta o coronel João.

- Coronel, temos que tirar eles daqui, eu vou falar com eles, diz Olga.

Olga parece saber o que pode espantar os garotos para que o perigo se afaste do local pelo o menos momentaneamente:

- Garotos!!!!! Grita Olga bem alto.

- O seu ouro vocês terão, depois daquilo que aconteceu a você em 1786, sei o quanto dói em sua alma rapaz.

Os garotos olham para Olga e pergunta:

- O que você sabe sobre aquele dia, a velha escrava já morreu, você não é ela, o meu segredo morreu com ela, por isso eu voltei.

- A muito tempo ela me falou da maldição do capitão do mato, você, o espirito da vingança não matará essas pessoas enquanto eu estiver viva, porém reconheço que o seu ouro tem que ser pago.

Todas as pessoas ficam olhando os dizeres de dona Olga e não entendem nada, olham espantosos a habilidade com que a velha senhora trata desse assunto.

- Entendo, vejo que hoje o nosso ouro não aparecerá, nós vamos embora velha, porém avisa a eles que o nosso ouro será cobrado, eles tem que pagar.

Os garotos vão embora para a mata e um certo alivio sossegam as pessoas, eles voltam para o tribunal e os coronéis perguntam a Olga:

- O que você sabe? Por que eles foram embora? Por que você só se referia a uma pessoa?

Olga então começa a dizer:

Continua....