"A Loira".


Jose era um rapaz do tipo bem apanhado. Tinha tudo para arrumar um bom casamento e ser feliz. Era assediado por belas jovens, não fugia da briga, era espada. Tão espada era que estragou a vida de várias moças que pensaram com ele ter um futuro, família, estas coisas. Muitas de suas vítimas saíram da cidade por vergonha, e se lançaram na prostituição ou até se suicidaram. E isto o abalava? Nada! Aquele insensível coração só era caçador, predador. Seu prazer acima de tudo, não interessava se podando a felicidade de alguém. Este famoso "comedor", imperou por alguns anos. Não tinha preferência, era um limpa-trilhos, dizia:
- O coração bateu... Pimba.
Mas tinha sim, certa atração por loiras. Um dia qualquer, próximo a um shopping, viu o que seria uma deusa. Loira, cabelos compridos, vestido negro, longo. Esta se não for artista, será. Chiclete na boca e vamos ao ataque. Seria de desconfiar, um avião daqueles, sozinho, dando sopa. Mas o predador só vê a vítima, não pensa. Está no papo, galanteios, elogios, e para dentro do carro. E vamos para o amasso, ela estava gelada, é emoção. Ela era passiva, não retribuía. Mas sua sede era grande. Meio desconfortável, ela era uma pedra de gelo, mas chegou ao finalmente. Acendeu um cigarro, e ela comentou:
- Que saudade... Há tempos que não fumo.
Começou a ficar inquieto, ela passou a mão nos cabelos e saíram mechas em sua mão. Aí o bicho pegou, tentou abrir a porta, ela disse:
- Não. 
Quando o segurou pela manga uma de suas unhas se desprenderam do dedo. A mulher estava se desmanchando.
Em pânico, conseguiu escapar. Ela foi atrás e foram perdendo os pedaços, pés, braços. Acho que nem com uma moto se alcançaria José. 
Ao entrar na cidadezinha desmaiou. 
Quando acordou no hospital, não dizia coisa com coisa. O policial falou sobre violação de cadáver, invasão de cemitério. Só não pode indiciá-lo, José estava totalmente louco e sua lucidez não retornou. 
No manicômio se ouvia seu grito desesperado. Tentava arrancar suas partes íntimas por haver tido contato com: A Loira.

OripêMachado.



Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 15/11/2011
Reeditado em 21/11/2011
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