“A Viagem de Frida”. A rainha da Coca.

Se existisse pessoa crédula seria a professora D. Francisca.
Devia ter por volta de quarenta anos, solteirona convicta.
Acho que cansou de esperar seu príncipe encantado, pois começou a participar de rodinhas de alunos.
Só aceitavam sua companhia os mais malandros, pois desenrolava de um lencinho sempre um dinheirinho e pagava os refris e lanches.
Graças a isto comprou cadeira cativa, participava de todas.
Não sabia ela que graças a uma bondade que dificilmente se encontrava entre eles.
Nunca a colocavam nas paradas mais altas, pois todos davam um “tapinha” usavam drogas.
Embora fosse coroa, tinha um corpo violão, era igual vinho velho, não virou vinagre ficou saboroso.
Tanto é que (Richard), Ricardo um dos integrantes da gangue começou a fazer um trabalho em cima dela.
No começo talvez nem fosse à intenção, mas ela era tão boba que montaram um plano.
Levá-la para uma sessão de drogas, onde rola de tudo inclusive sexo.
Richard assumiu o papel de apaixonado e ela inocentemente foi à vítima.
Depois de consumir álcool e drogas se entregou como uma noiva se entregaria a seu príncipe.
Só que o noivo após se saciar de carne fresca, simplesmente abandonou-a, não sem antes ofender seus brios de mulher.
Como iniciante em drogas ela pegava pesado, corpo sadio, resistia bem.
Mas como fora eleita a palhaça da turma em suas viagens, viu-se como uma super heroína.
E como tal engendrou vingança, seu corpo começou a modificar, no lugar da beleza que possuía veio à celulite, gordura e rugas.
O que levou quarenta anos para começar, caiu sobre ela em meses ficou velha rapidamente.
Como antes era aceita, pois tinha o que dar, agora nem tolerada era, pois virou lixo.
Nem os piores do grupo a aceitavam.
Parou de dar aulas, só saia à noite indo aos piores lugares da cidade.
De repente a bobinha virou vilã, começou a comprar pequenas porções que revendia aos iniciantes.
Como seu nome não acrescentava nada, usava um codinome “Frida”
Começou a usar roupas de couro e voltou a brilhar na noite.
Agora todos a adulavam, mas ela já estava vacinada.
Até Richard voltou, mas não encontrou guarida, pois Frida tinha gente melhor.
Formou seu grupo entre os melhores, a mercadoria que chegava em fundo falso de caminhões, começou a chegar de avião, o negocio ia bem.
Tudo nela era questionável, menos sua inteligência.
Investiu nas pessoas certas, cafetões, cafetinas, corruptos em geral, tinha todos na mão.
Deixou de fazer o serviço pesado, tinha assessoria, agora só administrava.
Frida parecia uma enorme aranha que enredava todos em sua teia.
Tudo era usado para aumentar sua distribuição de drogas e corrupção.
Tinha em suas teias desde humilde funcionário que dava informações até grandes diretores.
Todos eram pagos com o dinheiro de Frida (drogas).
Sua equipe de moças e rapazes todos de beleza rara, corpo sarado e rosto lindo, sem escrúpulo algum, para levar qualquer adolescente às drogas.
O filho do doutor ou do operário será levado às drogas, pois a aranha Frida está de serviço vinte e quatro horas.
Se por ventura algum tiver problema de consciência, Frida não tem e o funcionário será castigado sem misericórdia.
Sua primeira vítima foi Richard, que para dar exemplo foi “sodomizado” perante o grupo.
Se alguém pensasse em trair a grande aranha mudou de idéia.
Em seus repentes, era a mãe caridosa que ajudava seus filhinhos até a sair de enrascadas que geralmente todos os jovens entram.
Mal sabiam eles que seria preferível dar a alma ao diabo.
Mas a “mãezona” os socorria com advogados e depois os colocava a sua disposição.
Seria seu escravo por tempo indeterminado, até ela se enjoar, pois tinha todo tipo de gente.
Frida era homossexual, isto foi por causa de Richard que a fez odiar homens.
Jovens lindas entrando na droga com ela seriam tratadas como princesas, depois seriam levadas à prostituição.
Ela trocava sempre só queria carne fresca e não se ligava a ninguém.
Dominou todas as cidades vizinhas até que chegou a capital.
Por eliminação apoiou novos chefes a destituírem os antigos, depois tomava o ponto para gente de sua confiança.
Em seu cartel tinha uma lista de cardeais e todos os setores, que regiamente pagos trabalhavam para ela.
Quando algo dava errado, fazia que o assessor imediato fosse promovido e participasse com ela do comando, o destituído simplesmente sumia.
Era mais uma especialidade de Frida a Aranha.
Como não tinha nenhum vínculo amoroso, era muito difícil alguém apanhá-la, não tinha ponto fraco.
Mas na solidão de sua mansão Frida se intoxicava, não havia esquecido o Richard com quem dividiria seu império com prazer.
Mas ele foi muito idiota dizendo a única coisa que não se diz a uma mulher apaixonada.
Na frente de todos disse de suas intimidades e pior falou que fora movido por pena dela.
Isto não só a ofendeu, como a humilhou e mulher como Frida não se humilha.
Todos assistiram qual seria o tratamento a quem tentasse desafiar a "Big Mom".
De repente Frida adoeceu.
Formou antes disso a irmandade dos “Oito”
Foram escolhidos a dedo entre homens e mulheres.
Se mentira ou não, mas demonstravam amor à mãezona.
Após repassar toda a empresa a eles retirou-se para uma casa de repouso.
De lá desapareceu.
Só que não sabiam, mas ela tinha uma incalculável fortuna, depositada em contas de países que são chamados paraísos fiscal.
Sou repórter, visitando certo cassino em um destes países, vi uma senhora que era presidente de uma entidade filantrópica.
Não no cassino, mas na praça enfrente e a segui, virei um paparazzi, descobrindo e fotografando tudo.
Esta matéria ia me colocar de novo em alta, pois eu estava fracassado, não conseguia nem matéria de esportes em meu jornal.
Breve iria para a distribuição de jornal que é o fim.
Com a matéria de Frida voltaria aos bons tempos.
Cheguei ao hotel, pedi para encerrar minha conta.
Quando entrei em meu quarto, Frida estava sentada à minha frente.
Meu caro repórter, não tenho tempo para conversar.
Nestas pastas tenho dinheiro que você em vida não conseguirá gastar.
É minha única oferta, caso não aceite só te direi sinto muito.
Acho que a senhora está equivocada, não a conheço.
Desculpe foi um engano meu.
Pediu licença e saiu.
Corri ao cofre de parede, onde estavam os materiais fotográficos e nada achei.
Antes de poder correr atrás dela bateram à porta.
Existem suspeitas que o Senhor trouxe cocaína do Brasil.
Sou repórter e estou de férias.
Revistem o quarto:- Lembrei-me de Frida.
Sentei-me na cama e esperei o desfecho.
Encontraram alguns quilos de cocaína e dinheiro.
Junto com a droga havia um bilhete dizendo que dentro de uma semana chegaria o resto.
Bastaria eu ligar para o número que eu sabia e passar a senha.
Viria um milhão de dólares para me instalar e revender quanto eu quisesse de drogas no país.
Quando eu saía algemado vi do outro lado da rua a bondosa velhinha me dando tchau.
Tentei falar e fui devidamente calado com um tapa na boca e a promessa você vai cantar que nem um passarinho a isto vai!!!

Oripê Machado.









Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 03/01/2012
Reeditado em 04/01/2012
Código do texto: T3420681
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