O Lobisomem - Cap.1 - Está no Sangue

22 de outubro de 1963. 57 pessoas morreram aquela noite. Foi o maior massacre da historia de Curitiba. Já teve outros serial killers na cidade, todos violentos, mas este monstro superou todos, devorou suas vitimas enquanto ainda gritavam de agonia. Não era uma fera exigente, homens, mulheres, adultos, crianças, bebês, gente doente...todos massacrados. Quando a policia chegou ao local parecia cenário de filme de terror, a imagem era forte até pra eles, muitos queria sair da cena do crime, outros vomitavam. Acharam apenas um sobrevivente, um bebê de três meses de vida, estava ileso perante ao caos, a não ser por uma pequena mancha de sangue na testa. A policia realizou por cerca de uma hora uma caçada ao assassino, e logico que o que eles estavam caçando não era humano. A criatura meio lobo meio homem saltou de trás de uma van e os policiais...bom os policias só aumentaram o numero de corpos aquela noite.

Quarta feira, 7 de janeiro de 2011. O homem esta arrumando as malas:

- Me sinto como se você tivesse voltado da ultima viagem

- Eu sei Cassia, mas só são duas noites, sexta eu já to em casa.

- Isso vai ter que mudar depois do beber nascer. A empresa que arrume outro pra fazer as visitas regionais.

- Tá bom, amor. Thau.

"Toda vez que saio é uma mentira. Ela acha que chamo Marcos Castro, acredita que viajo a trabalho, acha que já fui a Minas, Santa Catarina, Bahia, Rio. Mas a verdade é que faz anos que não saio do estado de São paulo." O Homem foi de carro até a rodovia, pegou uma estrada de terra e chegou a um enorme galpão, lá dentro havia uma grande caixa de aço com oito metros de altura. O homem entrou dentro da caixa em seguida se despiu por completo.

"Meu verdadeiro nome é Raul Russo. E sou um assassino. Segundos depois da primeira agulhada eu apago". A transformação era algo doloroso pelos gritos do homem, seus músculos pareciam que iria arrebentar quando esticados, e sua coluna parecia que iria sair pra fora, as grandes unhas quando crescia rasgava a carne assim como os dentes rasgava sua gengiva. "Certa vez filmei, só aguentei ver alguns segundos e logo tirei a fita do gravador e queimei. O mais apavorante não era o que tinha me tornado e sim o fato de eu me reconhecer dentro do monstro". A criatura tentava a todo custo sair daquela sela de aço. " Já o chamei de vários nomes, distúrbio, psicose, maldição, mas imagino que o termo certo seria doença. É um estado físico sem cura que só pode ser administrado e em todos esses anos só achei esse meio de administra-lo. 40 mil reais investidos em uma cela de aço-carbono totalmente instrasponivel. levei anos pra juntar o dinheiro. Assim que em tranco dentro dela, é impossível sair antes de 48 horas e também impossível de arrombar para entrar. Minha metamorfose é acionada pelo ciclo lunar, quando a lua está cheia, nada me impede se perder o controle, por isso faço a unica coisa que resta. Me retiro do mundo."

Belo Horizonte, cinco anos antes.

Raul caminhava pela rua movimentada quando a lua o ativou. Correu para um beco abandonado. Mas ali no meio de um amontoado de papelão havia um morador de rua.

- Não, não, não, NÃO!!! - Gritou Raul, mas já era tarde.

- Puta merda, que porra essa. - foi a ultima frase do mendigo.

"Quando eu apago o assassino dentro de mim assume o controle, e não posso fazer nada a respeito, apenas me preparar para despertar".

O homem tentou fazer algo com uma garrafa quebrada, mas a criatura esmagou a cabeça do homem com as duas mãos, fazendo enterrar suas grandes unhas no crânio dele, o sangue e os miolos voaram para todo lado, parecia uma melancia numa prensa. "Eu acordo toda vez com as roupas esfarrapadas, músculos ardendo, as mãos encharcadas de sangue e resquícios de carne humana sob as unhas. Eu mereço um sentença maior do que duas noites em carcere por més."

"Tudo começou na noite anterior ao meu décimo oitavo aniverários, quando enchi a cara nun luau na praia de Copacabana. Foi por Deus? Me castigou por três doses de vodka com Fanta e nove altas de Skol?

Eu vivia doente na infância, meus pais não me deixavam sair muito de casa e sempre me levavam em uma clinica no Rio. Cansei de perguntar porque precisava de tantos exames. Os médicos e enfermeiros só me davam a mesma resposta: - Ora Raul, porque você é doente.

O ensino médio não melhorou em nada. Era tímido e tinha o corpo de uma menina de 12 anos. O retrato perfeito de um psicopata juvenil. As vésperas da formatura a galera promoveu o luau e todos foram convidados e até eu...nem sei como. Ai enchi a cara e me lembro de ir no mar vomitar, falei as pessoas da festa que iria fazer uma oferenda a Iemanjá. Será que foi essa piada que me ocasionou isso? Lembro de estar furioso com meus pais por me trancarem a porra da minha vida inteira, lembro do reflexo da lua cheia na aguá e lembro do meu reflexo na aguá, mas não era bem o meu, era grande, peludo e tinha olhos vermelhos. Depois disso não me lembro de mais nada.

Na manhã seguinte acordei em casa sem noção de como cheguei lá, ou porque minhas mãos estavam ensopadas de sangue. E muito menos porque diabos trucidei meus pais. Estavam os dois na cama, com as tripas saindo pra fora da barriga e na parede estava escrito com os sangue deles os dizeres: Eles mentiram pra você Raul. Também não fazia ideia porque deixei um recado para mim mesmo, seria uma justificativa?

Foi nesse dia que comecei a fugir e sete anos depois a unica paz que encontrei foi aqui em São Paulo, nos braços de Cassia e nesta cela de aço-carbono."

Agora. "Como sempre não me lembro de anda das duas ultimas noite. Ao menos não sai daqui". Rau pegou suas roupas em um pequeno armarinho dentro da cela e vestiu-se, em seguida checou o celular, 2 ligações e três mensagens. "Cassia fica puta quando não consegue falar comigo a noite, minha desculpa é que os diretores não deixam usar o celular nas reuniões. Ela deve achar que estou em clubes de striptease ou em coisa pior. Porém, não é só ela que me deixa mensagens. Sempre encontro recados do meu outro eu, ele me corta e usa meu próprio sangue pra escrever nas paredes. Me deixe sair. Foi a mensagem dessa vez, eu limpei ela mas minha vontade é responder, queria dizer: Vá se foder no inferno."

Raul saiu do lugar e nem percebeu um carro estacionado mais acima na estrada de terra.

- O alvo saiu - disse um homem dentro do carro ao celular

- Ótimo, assim que ele sumir de vista mande sua equipe invadir. - espondeu uma voz feminina

- Positivo. E a outra equipe está a postos

Raul chegou em casa e viu um homem no poste de força, ignorou e entrou em casa.

- Ele chegou - disse o homem do poste.

- Vamos investir agora - respondeu a voz feminina.

"A próxima vez se´ra mais complicada. O bebê já tera nascido e preciso de uma nova desculpa. Perai! Esses cheiros parece cobre fundido e carne crua"

- Cassia! Cassia onde você está. - Ao entra na cozinha deparou com uma cena horrorosa, Cassia estava no canto da pia com um enorme buraco na barriga aberto a mordidas.

"Eu passei todas as noites trancado! Ou não" Raul olhou pra cima e no armário da parede estava escrito com o sangue de sua mulher a mensagem mais dolorosa até agora: Era menina.

Continua co Capitulo 2: A Mão Que Alimenta

Esta serie terá 4 ou 5 capítulos semanais, agora como volta as aulas e o serviço só postarei nos finais de semana, eu vou escrevendo cada dia um pouco e no fim de semana releio, arrumo o que tiver que ser feito e posto. Me dão feedback ai nos comentários para eu continuar ela de melhor maneira possivel

Renan Pacheco
Enviado por Renan Pacheco em 04/02/2012
Reeditado em 04/02/2012
Código do texto: T3479423