ADEUS NA RODOVIA

São Paulo, 23 de março de 1974.

Meu nome é Marcos, tal fato ocorreu-me nessa data. Viajava brasil á fora, com meu caminhão, nunca levava ajudantes sempre viajava sozinho, eu, e Roberto Carlos no som do meu Ford.

Rodovia Anhanguera, um problema no motor fez-me parar no acostamento, o relógio marcava 2 horas da manhã, tudo tão deserto céu coberto por neblinas, liguei o pisca alerta dormiria até pela manhã.

Sai para fumar, não conseguia dormir, senti alguém do meu lado respirando perto de mim, não havia ninguém, estava trabalhando demais pensei. Do lado da rodovia, uma grande floresta envolvia montanha acima, um barulho de alguém pisando por entre folhas me fez urgente entrar novamente dentro do caminhão, estava ficando louco?

-Papai estou bem, aqui é muito bom venha logo.

Não, não é verdade, que voz é essa? devo estar sonhando, acordarei logo, isso é fantasia.

Deus manda a morte, porém não manda o esquecimento para quem fica. Letícia minha filha, lembro-me do dia em que você se foi, você e sua mãe, o carro explodiu, meus dois amores se foram, sem chances para eu dizer Adeus.

-Não fique triste papai, estamos bem eu e mamãe.

Um beijo em meu rosto, um toque no coração. Não, não é verdade, como é possível? lá fora, não pude acreditar, a nebline que envolvia a estrada, fez-se um formato de uma mulher segurando uma criança, meus olhos não suportaram, caíram a chorar.

Ensurdecedoras buzinas do meu lado, é de manhã, estranhamente o caminhão liga, saio bem devagar olhando por entre os matos, elas estão lá, se dissolvendo em neblinas mandando beijos. Obrigado Deus, por essa noite, não viverei mais amargurado, dei Adeus. Um sorriso me pega de felicidade, ligo Roberto e , pego a estrada.

Eduardo monteiro
Enviado por Eduardo monteiro em 01/04/2012
Código do texto: T3588435
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