A Tragédia da Sexta 13
A Tragédia da Sexta 13
A brisa de final de tarde passava silenciosa entre o tule negro que cobria o rosto de Cláudia...
O colorido do outono dava um aspecto trágico àquele entardecer, era a fatalidade vestida da forma mais doída, a lágrima trêmula deslizando em busca do infinito da dor...
Havia poucas horas que ela desgraçadamente havia repousado no pequeno túmulo para toda a eternidade aquele ser que ela amava tanto e a quem tantos anos dedicou de sua vida, de sua agora, vazia vida...
Os pequenos cacos do espelho estilhaçado ainda pontilhavam o chão aqui e ali misturados aos farelos do café da manhã daquele trágico dia de Abril... Era manhã, Claudia levantou-se da mesa, sentiu formigando o peito, uma espécie de ardência lhe percorreu o abdômen, a voz lhe negou um gemido, o padecimento do olhar pintou em cores esmaecidas aquele desvanecer, e lentamente ela deu dois, três passos, e sentiu sua nuca bater forte no grande espelho da cristaleira... Sobreveio a breve dor, e o desmaio...
Depois o sol penetrava a cozinha e banhava o corpo de Claudia, quando ela acordou... E viu o corpo dele no chão, mas porque? Como ele poderia tê-la deixado para sempre enquanto dormia? Nem um adeus, nem um carinhoso toque, nada que pudesse esperançar um rastilho de vida...Era sexta feira 13 e ali estava ele estendido no chão depois de comer vidro misturado com farelo de pão...
Claudia adorava de paixão aquele papagaio...