Sem saida

 
- Ai! – gritei.
Maldição! Havia pisado em uma pedra e caído no chão.
- Não, agora não, estou tão perto de sair desse lugar! – chorava eu como uma criança.
Um barulho atrás de mim colocou-me em alerta de novo.
- Não vai me alcançar seu maldito, não vai!
Tentei colocar-me de pé novamente.
- Ai! – gritei mais uma vez e com pavor descobri que havia torcido o pé.
- Droga!
Continue mesmo assim, agora bem mais devagar. A dor era intensa e o cansaço tremendo, estava fugindo pela mata há horas, minhas roupas estavam todas rasgadas e meu corpo todo arranhado pelos espinhos daquela floresta sinistra.
Tentava avançar, mas agora sabia que não conseguiria fugir mais, não naquela lentidão. Nunca deveria ter entrado naquela selva!
Atrás de mim ouço um grunhido.
- Não dá mais, não tem como fugir – admiti para mim mesmo.
Então parei, teria que enfrentar o mesmo destino trágico de meus companheiros.
Olhei mais uma vez a floresta a minha volta, a última vez, senti algo aproximar-se atrás de mim, ouvi os passos lentos e a respiração ofegante da fera que me perseguirá sem tréguas até ali.
Virei-me e lá estava ela. Seus olhos vermelhos e cheios de ira me contemplavam, seu pelo eriçado demonstrava seu ódio por mim e seus dentes afiados brilhavam pela boca aberta e cheia de saliva.
- Venha monstro, sua caçada terminou.
A criatura rosnou diabolicamente e avançou sem piedade, a floresta inteira agitou-se com o frenesi das criaturas da noite. Depois o silêncio voltou a reinar, silêncio de morte, de minha morte.

 
Luciano Silva Vieira
Enviado por Luciano Silva Vieira em 21/04/2012
Código do texto: T3625554
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