A maldição do capitão do mato - Cap IX Jurema e Afonso, primeiro encontro

O que foi menina?

- Não foi nada diz Jurema.

Seu patrão está? Pergunta Afonso.

- Ele está na sala, conversando com os coronéis.

-Menina, você me lembra os negrinhos da senzala com medo do chicote, conheço o medo de longe, você tem alguma coisa para me falar e não quer falar....

- Não tenho senhor, diz Jurema muito assustada.

-Menina, sabe quem sou eu? Diz Afonso.

- Eu sei quem você é. Você é o espirito ruim, o castigador, os coronéis não sabem com quem estão se metendo diz Jurema muito apreensiva.

-Negrinha, você tem o olhar da alma, olha nos meus olhos menina, olha nos meus olhos, olha nos meus olhos.... Os dois entram numa espécie de transe e algo sobrenatural começa a acontecer nesse encontro, Jurema e Afonso apesar de tão diferentes e distantes entre si pareciam próximos por algum motivo, alguma coisa que fugia da lógica apenas do cotidiano dos dois, Jurema parecia ser portadora de uma energia e Afonso de outra. Eles tinham uma ligação do passado bem distante.

- Pena que não posso te matar menina, você sabe quem eu sou, eu sei quem você é, dessa vez você não vai me impedir, o ouro da mina fará a conjunção acontecer, o alinhamento está próximo, o preço que sua espécie pagará por tanta desgraça que foram feitas esta prestes a ser cobrado, diz Afonso numa expressão de ódio.

- Você não vai conseguir, eu estou aqui, vim esse tempo todo te mirando, vou vencer você, essa era será o seu fim maldito. Diz Jurema

- Menina não seja tola, sabe que ninguém pode me deter, o pacto acabou, a passagem está próxima de abrir e nem você poderá me segurar. Afirma Afonso

- Sabe que não pode me ferir, sabe que temos um pacto.... Diz Jurema

- O pacto foi quebrado, você sabe disso....

Nesse instante aparece a mãe do Coronel e pergunta:

- O que foi moço?

Nesse instante os dois saem do transe e Afonso vai falar com o pai do coronel.

Jurema e Afonso tinham algo muito próximos, Afonso o castigador, o homem violento que matou tanta gente. Jurema a contadora de histórias, dos contos misticos, ela não conseguiu me dizer tudo, porém ela me falou que o espirito da maldição estava por vir e ninguém iria conseguir deter.

Coronéis, seus pais fizeram a maior besteria da vidas deles, fez com que essa maldição despertasse da forma mais cruel, por algum motivo que ainda não sei Jurema controlava esse espirito, esse ser, agora com ela morta não temos escolha, esses garotos estão dominados por ele, o ser maligno e implacável, suas armas nada podem fazer, não sei o que fazer........

- Olga, me fala desse ouro, você sabe o que é? pergunta o coronel.

- É o ouro que seus pais não deram para ele, ele quer o ouro, ele quer a mina, ele quer nosso sangue. Diz Olga. Jurema me deu esse amuleto para segurá-lo por um tempo, porém, não sei até quando poderei detê-lo, só Jurema sabia como fazê-lo.

...... Perguntas começam a surgir, o que afinal era o ouro que Afonso buscava? Era só o aspecto financeiro que o motivava? O que a traição dos coronéis patriarcas causaram? Qual é a ligação que existe

entre Jurema e Afonso? Será que os dois garotos poderão se livrar da maldição do capitão do mato? O que a região fará para impedir a destruição?

Continua....