O vulto

Eram quase duas da manhã quando aquele bailinho de garagem chegou ao fim. Hora de irmos para casa. Naquele tempo ninguém da turma tinha moto nem carro, então a solução era faze a caminhada a pé mesmo. E morávamos do outro lado da cidade. Seria uma longa caminhada.

E nem tínhamos ideia do que nos esperava naquela noite escura e fria.

Cada grupo de jovens tomou um rumo, a maioria era do mesmo bairro onde se realizou o bailinho.

Pegamos uma rua longa e que margeava um rio, o que tornava a noite ainda mais fria e sinistra em função da tal rua ser mal iluminada.

Mas estávamos em vários jovens e não haveria perigo algum.

Após alguns minutos de caminha notamos uma pessoa a nos acompanhar a certa distância.

Aparentemente era um jovem usando um moleton com capuz. Pensamos ser algum de nossos amigos e paramos para que ele nos alcançasse. Para nossa surpresa e espanto, ele também parou e ficou ali de cabeça baixa.

O chamamos pelo nome que achamos que fosse. Nada respondeu.

Continuamos a andar. Ouvimos seus passos recomeçarem a nos seguir.

A princípio pensamos ser uma brincadeira.

Paramos novamente. O vulto parou também.

O chamamos novamente. Nada de resposta. Ficou lá de cabeça baixa fitando o chão.

Foi nesa hora que senti um arrepio percorrer meu corpo. Olhei para meus amigos e notei que haviam sentido o mesmo.

Com certeza não era nosso amigo. E pior, tínhamos a certeza de que não era um ser vivo, pois notamos apesar da pouca iluminação que ele pairava no ar, seus pés não tocavam o chão.

Nos viramos e apressamos nossos passos. E nem olhamos mais para trás, mas podíamos ouvir seus passos.

E o pior era que sentíamos que agora ele andava mais rápido.

Senti que minhas pernas não queriam obedecer meu corpo. Nunca senti tanto medo em minha vida.

Meus amigos acompanhavam meus passos apressados e podia se ver nos seus olhos o pânico estampado.

O som das águas do rio deixavam o clima ainda mais tenso.

E os passos se aproximando mais e mais.

De repente notei que estávamos bem em uma encruzilhada onde havia uma cruz que era uma homenagem à um jovem que fora ali assassinado e onde as pessoas colocavam flores e acendiam velas. Mas que naquela noite estava às escuras.

Nos olhamos e foi se todos nossos medos se reunissem naquele momento.

Ao passarmos pela cruz e andarmos mais ums metros notamos que os passos pararam de nos seguir.

Paramos. E ficamos ali calados. alguém precisava olhara para trás.

Eu disse: Quando eu disser já, nós todos olhamos ao mesmo tempo.

O medo era visível na fisionomia de cada um.

Quando olhamos para trás tivemos uma grande surpresa que nos arrepiou.

Ninguém mais nos seguia.

Apenas a cruz agora estava iluminada por várias velas.

Apavorados teminamos o trecho que faltava para chegarmos em casa em uma disparada só.

Nunca mais passei por aquela rua durante a madrugada.

Mas fiquei sabendo de outras pessoas que foram seguidas pelo tal vulto.

Caso queira saber o nome da rua pode me escrever.

Paulo Sutto
Enviado por Paulo Sutto em 11/05/2012
Código do texto: T3661983
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