Se eu não tivesse atendido aquele telefone

Tudo na minha vida sempre foi perfeito, até o momento que atendi aquele maldito telefonema.

Era uma bela tarde de outono o dia que fui assassinada por aquela pessoa que um dia tanto amei, que dei carinho, contei meus sonhos, meus planos e deixei penetrar minha alma com um laço que me levaria para a morte.Mais fazer o que se sempre fui atrevida, espontânea e feliz e nada detia o meu prazer de sair com a galera e cantar na chuva espalhando aos berros como a vida havia sido generosa comigo.

Quando a conheci nossa amizade nos transformou em irmãs saiamos juntas, cortávamos o cabelo e pintávamos da mesma cor para ficarmos ainda mais parecidas uma com a outra, estudávamos na mesma escola, tínhamos os mesmos amigos e queríamos ser medicas para trabalharmos juntas no mesmo hospital. Não nos separávamos e para selar nossa amizade eterna Helena e eu decidimos tatuar dois encaixes de quebra cabeça na perna esquerda de cada uma de nós, lembro-me da cara de nossos amigos quando viram nossa jura de eterna amizade, irmandade e fidelidade uma com a outra estampada na pele e eu claro radiante com minha primeira tatuagem feita as escondidas no auge de meus dezesseis aninhos.

Quando o Pedro chegou na escola algo dentro de mim mudou e mudou dentro da Helena também, ele era o garoto mais bonito, inteligente, simpático que eu já tinha visto meu coração acelerava todas as vezes que o via e o pior é que o da Lena também acelerava . Eu não sabia como arrancar aquele sentimento que estava crescendo dentro de mim e muito menos como contar pra minha querida irmã que eu estava apaixonada pelo mesmo garoto que ela, me recordo que no dia que resolvi contar pra ela que eu estava loucamente apaixonada pelo Pedro ela chegou até a mim e contou primeiro.

- Helena.

- Emmy.

Helena – Fala você primeiro!

Emmy - Não fala você.

Emmy - Eu estou apaixonada! Quando olho pro Pedro sinto que meu coração vai sair pela boca minha barriga gela... Emmy eu acho que o amo. Mais o que você ia me contar?

Helena – Deixa pra lá. É algo sem importância.

Eu não tive coragem de dizer pra minha melhor amiga, pra minha irmã que eu estava apaixonada pelo mesmo garoto que ela.

O Pedro logo se interessou por mim e não tive como resistir à paixão que me ardia por dentro. Combinamos de nos vermos as escondidas e ele lógico não gostou da idéia, mas concordou já que eu o prometi que arrumaria um jeito de falar com a Lena sobre nós da melhor forma possível, eu estava certa que minha irmã iria entender quando eu falasse que naquele dia eu a contaria que também estava apaixonada pelo Pedro e não tive coragem de dizer estava certa que o laço de carinho que existia entre nós seria maior que aquela paixão que consumia a nós duas, mas eu estava enganada.

Naquele dia estava decidida a contar tudo para a Lena sobre eu e o Pedro. Acordei por volta das seis tomei banho e coloquei um vestidinho estampado que a Lena tinha me dado de presente de aniversario o ano passado ela dizia que aquele era o meu vestido da sorte e realmente sempre que eu tinha algo importante para fazer o usava e tudo dava certo. Infelizmente não consegui fala com a Lena o dia intero ela não foi para a escola e não atendia os meus telefones, perdi as contas de quantos recados e mensagens passei para minha melhor amiga, minha irmã. Voltei para casa já de noitinha depois de passar à tarde com o Pedro me deitei no sofá e fiquei pensando no momento que estaria cara Ca cara com a Lena, eu acho que cochilei já que despertei meio sonolenta com o telefone tocando.

- Onde você estava? Helena passei o dia te procurando como você faz isso comigo. (Gritei preocupada)

- Eu preciso falar com você, no nosso cantinho agora!

E desligou me deixando preocupada com o que poderia ter acontecido. Eu a conhecia muito bem e sabia que ela estava nervosa coisa incomum já que era mansa, dentro de mim eu sabia que algo estava errado, mas em momento algum me passou pela cabeça que ela poderia saber sobre o Pedro e eu.

Nos encontrávamos sempre na beira de uma cachoeira, era lá que conversávamos escrevíamos nossos desejos e jogávamos para as águas correntes como um ritual na certeza que tudo daria certo.Eu fui o mas rápido que pude e logo avistei a Lena que estava chorando muito eu a chamei:

- Helena. Ela se virou agilmente e já foi disparando.

- Traidora traidora mil vezes traidora e eu que pensava que éramos irmãs! Você não podia ter feito isso comigo.

- Feito isso o que? Eu não estou te entendendo...

- Vagabunda você não esta me entendo é Emmy, eu abri meu coração pra você não tínhamos segredos e tudo que recebi em troca foi traição Emmy. Eu a vi com o Pedro ontem agarrados se beijando um casal feliz é isso que você chama de amizade, de lealdade e irmandade como prometemos que seriamos pra vida toda.

- Eu ia te contar, naquele dia Helena, mas você falou primeiro, hoje mesmo eu te liguei muitas vezes pra contar tudo pra você.

- Mentirosa! Eu não acredito em uma só palavra, eu te contei desde o primeiro momento o que sentia, meus desejos como eu queria que ele me olhasse que gostasse de mim e você o tempo todo com ele, com certeza rindo da minha cara as escondidas maldita.

Eu estava atordoada não conseguia encarar a Lena e no fundo estava me sentindo aquela traidora que ela me acusava de ser, não conseguia me defender e ela estava me bombardeando com um ódio no olhar que eu não conhecia.Minha cabeça estava doendo, minhas mãos tremulas e a derrepente a Lena arrancou uma faca me deixando ainda mais desesperada.

- Você só esqueceu de um detalhe Emmy...

-Não Helana eu não esqueci. Eu me recordo todos os dias do nosso juramento.

-Emmy e Helena – Juramos que seremos sempre amigas e mais que amigas irmãs que esse será o lugar que marcara nossos encontros recheados de segredos que jamais serão revelados, pois seremos fieis até o fim uma a outra e se uma de nos falhar aquela que permaneceu fiel...

- Helena – Arrancara o coração traidor do peito da outra.

- Nãooooooooo, você não pode levar a isso a serio Emmy!

- Você nunca levou a serio não é Helana? Mas eu levei tudo, todo o nosso juramento a serio.

Emmy avançou em mim rolamos pelo chão e como era mais forte logo me dominou, ela estava possuída pelo ódio e com a faca em punho cravou em meu coração, o sangue jorrava do meu peito enquanto ela me golpeava sem dó. Meu corpo ficou jogado na beira da cachoeira que sempre presenciou todos os momentos bons que vivemos minha assassina nunca foi presa e após varias investigações meu caso foi arquivado.

Emmy conseguiu seu intento, se aproximou do Pedro e o conquistou e eu sou a única que sei da minha historia.

Raquel Freitas
Enviado por Raquel Freitas em 07/06/2012
Código do texto: T3711524
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