Hotel Horror - Cap. 1 - Herança Maldita

A vista de Isabela estava embaçada quando ela acordou no Hospital Geral do Vale Silencioso. Por alguns minutos não tinha noção do que fazia ali, mas depois tudo começou a vir na sua mente, lembrou dos primeiros dias de suas férias com os primos naquela pacata cidadezinha, se lembrou de como gritou com sua mãe quando eles disseram que iriam passar as férias no Vale Silencioso, não gostava daquela cidade e nem se importava com os parentes que ali residiam. Lembrara do irmão a repreendendo por falar daquele jeito com a mãe. "Você já tem 25 anos Isabela, não é mais uma adolescente mimada, pare de agir como uma".

Viu como foi injusta porque havia adorado os primeiros dias daquelas férias, havia adorado mais ainda quando toda sua família,(ela, seu irmão Paulo, sua mãe Katia, seu pai Antônio, sua avó Olga, sua tia Paula e os três filhos dela, a mais velha, Mariane de 20 anos, Matheus de 17 e Ana Laura de 12 anos) se reuniram com a van de Paula que trabalha com transporte escolar para ir a Cachoeira da Neblina.

E também se lembrou do barulho do freio do caminhão vindo na direção da van na pista, do carro capotando e ela sendo arremessada para fora o veiculo, da dor imensa na perna e a ultima coisa que ela se recorda e de ver o osso de sua perna pra fora.

- Ela acordou Dr. - escultou alguém dizer, e ai viu uma enfermeira loira vir até ela.

- Moça, meus pais, você sabe dos meus pais? Eles estão bem?

- Isabela, você sente alguma dor?

- Não, como estão meus pais?

- Tudo bem enfermeira, eu cuido disso. - disse uma mulher morena - Isabela, eu sou Tamara Mondego, psicologa aqui do hospital. Enfermeira traz um calmante pra ela.

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Isabela estava exausta no fim do dia, ficou a tarde inteira mexendo com a papelada da herança, tia Paula no testamento deixou que se caso acontece algo com os filhos era pra passar seus bens para os ois sobrinhos, e com a morte do irmão ficou tudo pra ela. Mexer com isso a ajudava a esquecer um pouco a morte dos pais. Havia passado apenas três dias desde o enterro, mas a correria do dia-a-dia tirava seu foco da tragédia.

Ela ainda não sabia ao certo o que iria fazer com as coisas, a van escolar deveria ser vendida, mas a casa na cidade e o hotel da tia ao lado da Cachoeira da Neblina tinha futuro incerto. Resolveu ir conhecer o tal hotel, era mais pra se esquecer dos acontecidos do que outra coisa. Pensava seriamente em não ficar com aquilo, e nessas horas lembrava do irmão dizendo dela parar de agir como uma adolescente. Se ela continuasse a tocar o negocio da tia mostraria pra ele onde ele estivesse que ela não era uma adolescente mimada.

A Cachoeira da Neblina tinha esse nome por causa da enorme queda d"aguá que fazia o pé da cachoeira parecer que estava em constante neblina. O lugar também tinha uma áurea de mistério, dizem que a noite em meio ao estrondoso barulho da aguá podia se ouvir as vozes dos que já foram, que o lugar seria um portal para o mundo dos espíritos. Dizia-se também que os fantasmas dos bêbados e doidos que se aventuram em pular da cachoeira e ali faleceram frequentava o Hotel da Neblina. Isabela não acreditava nessas histórias, mas não ligaria se elas fossem reais, talvez visse seus parentes de novo se passasse nesse portal.

Isabela passou o dia inteiro ali, e resolveu ficar pra dormir. Izadora, a recepcionista providencio o melhor quarto disponível pra possível nova dona do local, e seu irmão gêmeo Gustavo levou Isa até suas acomodações. Isabela acordou no meio da noite com o barulho da janela batendo com o vento. Fechou ela novamente. Mas agora não pegava no sono por causa do forte barulho da cachoeira. "Como as pessoas dormem aqui?" pensou ela.

Quando estava a prestes a pegar no sono novamente escutou um barulho no corredor de coisas quebrando. Sai pra ver o que era. "Porra, eu agora sou a dona desse lugar e já estão quebrando as coisas". Mas não havia nada nem ninguém. A porta de seu quarto fechou brutalmente assustando Isabela, quando ela foi entrar novamente no quarto a maçaneta quebrou em sua mão e não dava pra abrir a porta. Nesse momento escutou passos na escada. "Deve ser alguém daqui, vou pedir pra abrir aquela porta". Os passos ficavam mais fortes e ela viu a sombra que parecia ser de uma mulher.

- Moça, me ajuda aqui, eu... - Isabela ficou sem fala ao chegar perto da escada e ver que não havia ninguém. Mas ela viu a sombra, escutou os passos, como aquilo era possível. Ela foi descer e quando encostou no corrimão sentiu que estava molhado, olhou pra sua mão e viu que tinha sangue. Olhando para o corrimão ela viu ele todo sujo, assim como a escada, o rastro de sangue começava do pé da escada e passava por ela, virou-se pra trás pra ver o que era aquilo e viu um moça morena de costas encostada na parede sangrando muito.

- Você tá bem?

- Como eu posso estar bem se você roubou a minha herança, pegou o que era da minha mãe. - disse a moça se virando, para o espanto de Isabela era sua prima Mariane que foi dada como morta no acidente junto com os outros, seus rosto estava intacto, mas não tinha os dedos da mão direita e a barriga estava aberta e com a mão esquerda segurava suas tripas para não cair pra fora.

- N-não sa-sabia que v-você estava viva Mari.

- Não estou, sai da porra do olho da cachoeira pra te mandar pro inferno. - dizendo isso ela pegou uma faca com a mão sem dedos e partiu em direção dela. Isabela foi correr mais caiu da escada, tentou se levantar mas seu pé estava muito dolorido, a dor a consumia que estava desmaiando, suas vistas embaçaram e a ultima coisa que viu foi Mariane em cima dela com a faca em punho.

Continua no Cap. 2 - A Boca do Inferno

Renan Pacheco
Enviado por Renan Pacheco em 02/07/2012
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