Ataque noturno lll

Os moradores armados de pau, foice e armas de fogo, saíram á caça dos morcegos assassinos. Em quase todas as famílias alguém havido perdido parentes, cruelmente assassinados pelos bichos demoníacos. Oque aquela gente não sabia, porém, é que o problema era mais serio do que pensavam. Nem em seus piores pesadelos poderiam imaginar o perigo que os rodeavam. Grutas, nichos, e qualquer lugar que pudesse servir de esconderijo foi revistado. Busca infrutífera. Nenhum morcego foi encontrado. O medo estendeu então seu manto negro sobre a cidadezinha. O povo não saia de casa á noite, portas e janelas foram reforçadas, trocaram telhas e os forros das casas, mas as mortes continuaram. Ninguém se lembrou de procurar no antigo casarão da prefeitura. O local estava abandonado há anos. O mato cobrira toda a propriedade. Na entrada os bustos de antigos prefeitos pareciam rir da apavorada população, enquanto no interior do prédio, quatro vampiros dormiam enfurnados em caixões. À noite sairiam para matar e se alimentar. De preferencia de sangue humano. O garotinho acordou com a estranha sensação de que algo estava errado. Primeiro: A luminária que ficava sempre acesa estava apagada. Segundo; Não estava ouvindo o ronco da avó, e em terceiro apesar da pouca claridade havia uma presença estranha no quarto. Pensou em chamar pela mãe que dormia no cômodo ao lado, mas por um motivo desconhecido, sentiu que o melhor era ficar quietinho e não chamar atenção sobre si. Passaram-se alguns minutos e o que quer que fosse que estivera ali, foi embora. O menino então gritou desesperado. Foi ouvido pelos pais que entraram no quarto e acenderam a luz. A cena que presenciaram foi terrível. Com metade do corpo fora da cama, a anciã jazia parcialmente ensanguentada. Através dos seus olhos arregalados, dava para ver que sua morte fora bastante dolorosa. A família da morta chorou de tristeza e medo. Quem seria o próximo? Havia uma mulher na cidade, de quem quase ninguém gostava. Ela conhecia rezas fortes, fazia benzeções e receitava ervas para vários problemas de saúde, por isso era considerada bruxa. Foi essa mulher tão malquista, que descobriu o que estava por trás dos ataques noturnos. Certa manhã um senhor bateu desesperado em sua porta. O seu filho mais velho havia sofrido um ataque enquanto dormia, e apesar de ferido gravemente, ainda estava vivo. O homem queria que a benzedeira fosse vê-lo para tentar salvá-lo, já que o médico não dera nenhuma esperança. Munida de uma cesta cheia de ervas, de um terço e de uma bíblia a mulher o acompanhou. O doente ardia em febre e dizia palavras desconexas, bastou uma examinada na parte dilacerada da garganta, para que a benzedeira afirmasse categoricamente que se tratava de mordida de vampiro. Disse ainda que o melhor a ser feito, era matar o garoto, porque se ele sobrevivesse se tornaria um sugador de sangue. Os pais do garoto á expulsaram da casa, e duas semanas mais tarde foram atacados e mortos pelo menino. A mortandade continuou, agora no total haviam sete vampiros sedentos de sangue. (continua) Vânia Lopes 23/07/2012