BitShit DevilEvil – A Ferranenta: Faça Vassalo!

Novamente estava ditando, soprando meus pensamentos naquele mero ser inferior criado por Deus, portador de um dom que é, ao mesmo tempo, sua benção e destruição, o livre arbítrio.

Repentinamente, parou de escrever, colocou a mão no rosto envelhecido pela intensidade de ter vivido anos em minutos. No queixo, sua barba mal feita, estático ficou olhando a tela do notebook.

Tentei conectá-lo, mas havia parado de me escutar (busy). Olhos arregalados e pupilas dilatadas na penumbra da noite iluminada apenas pela tela do aparelho. Ficava ali, parado, movimentando apenas as pontas dos dedos coçando a sua maldita barba mal feita.

Minutos depois, levantei-me e comecei a andar de um lado para ao outro de preocupação.

Opa, ele se mexeu e olhou pra mim. Tentei conectá-lo, sem êxito (busy). Voltou para a maldita pose, pose na qual inspirei um velho conhecido que já partiu deste plano.

Impaciente, fui ao seu lado e tentei gritar ao seu ouvido.

Opa, mexeu-se de novo. Tentei conectá-lo, sem êxito (busy). Voltou à sua maldita barba que chama mais a atenção que eu.

Já sei o que tenho que fazer. Para mim é muito cansativo, mas é a única forma de novamente nos conectarmos.

Concentrei-me, preparei-me, e coloquei minhas mãos em seus ombros para massageá-lo e para que ele voltasse ao nível de meditação que fortalece nossa conexão.

Massageei-o por alguns minutos, ele estava relaxado (host connected), cravei todo o conteúdo do meu texto diretamente em sua alma, novamente me concentrei e disse:

_ Escreva!

Então meu vassalo, escravo fiel começou a despejar no teclado o que eu lhe havia mandado.

Retirei-me para meu local de repouso, pois a quantidade de energia quântica que gasto para realizar essa tarefa é similar a energia despendida pelo “Big Bang”.

Deixei meu fantoche escrevendo, pois o nomeei de “A Ferramenta”!

Para você entender bem o contexto, leia o contra-texto: http://www.recantodasletras.com.br/contosdeterror/3838243

"A Ferramenta - Inspiração"

Nesse momento, descansado, estou em pé atrás de você, deliciando-me com o jeito que você lê meus textos. Esse calafrio e arrepios são consequências da minha presença, portanto, deixe um comentário sobre esse texto e o transmita para todos que você sabe que tem sensibilidade e emoção suficiente para degustá-lo.