Obsessão - A Morta Musa Inspiradora

Mauricio se via desesperado, por não poder encontrar a mulher perfeita para ser a musa inspiradora e a modelo de sua nova pintura.

Havia colocado anúncios nos jornais, feito panfletos, mas nada chamava a atenção .

As únicas mulheres que o procuravam eram as feias, mas de jeito nenhum queria pintar um quadro usando aquelas modelos.

Nenhuma parecia ser boa o suficiente para Mauricio.

Na manhã seguinte resolveu passear pela cidade, talvez encontra-se sua musa.

Passou pelos salões de beleza, shoppings, parques, lojas, e as moças que via, sempre as achava tão sem graça.

-Musa perfeita não existe !- disse a si mesmo enquanto passava em frente a um cemitério.

Em frente a um túmulo, Maurício avistou uma moça que chamou sua atenção.

Logo resolveu entrar no cemitério, e ver se esta não seria sua musa inspiradora, iria render uma história engraçada.

Encontrar a musa que inspirou seu mais novo quadro, em um cemitério, seria uma coisa única.

Ao se aproximar, quase ficou cego de tanta beleza, deu seu cartão, e a encheu de elogios, mas nada parecia a alegrar.

Mauricio achou que não teria chance de pintar tal musa em um quadro, a moça sem dar muita atenção se dirijia até o portão de saida do cemitério.

Mauricio tentou ,tentou e tentou, mas a moça lhe dirijiu um palavrão, pensou em como uma moça tão bela poderia ter uma boca tão suja ,e mal educada.

Mas estava decidido iria pintar um quadro da moça, nem que ela estivesse morta.

E então seguiu tal moça em todos os lugares que ia, até que entardeceu e ela foi para sua casa.

Quando a moça estava a abrir o portão de sua casa, Mauricio a cercou mais uma vez.

-Eu lhe dou tudo o que quiser, dinheiro ,fama,conforto, tudo que quiser, se for preciso lhe dou minha vida, minha alma. -disse Mauricio implorando.

-Não irei ser sua musa de nada, agora vá embora daqui e não volte nunca mais, ou vou chamar a policia! -Disse a moça virando-lhe as costas e se dirigindo até a porta de entrada.

Mauricio decidido pensou ou "vai por bem ou por mal", várias coisas passavam por sua cabeça.

Pulou o portão e já estava na porta de entrada, avistou uma janela acesa, e a viu aberta.

"A sorte está do meu lado" pensava ele, enquanto pulava a janela.

Ao adentrar a casa, um perfume muito cheiroso unundava aquela sala, logo ouviu passos subirem a escada.

E foi em direção de onde uma música suave vinha, ao ver a porta encostada pode ver a moça a pentear o cabelo.

No momento em que ela levantou, pensou até que poderia dar uma pancada em sua cabeça.

Mas não queria imperfeições em sua musa.

A moça se dirigiu até o banheiro, e Mauricio a seguiu, a moça foi em direção a banheira que estava cheia de água, e viu que tentava tirar a tampa do ralo para que a água sai-se.

E viu sua chance, se aproximou da moça, e ela pode ver seu reflexo na água dando um grito de susto.

Mauricio logo já estava a afogando naquela água.

-Mesmo que a afogue, não ficará com grandes imperfeições, nada que uma maquiagem resolva querida - Mauricio sentiu um grande prazer em tirar uma vida, pensou ser igual a um deus que poderia tirar a vida de qualquer um.

Quando sentiu que a vida da moça havia se esvaido, soutou a cabeça da moça.

Que afundou naquela banheira, Mauricio teve grande dificuldade em tira-la dali e coloca-la em seu carro.

A satisfação tomava conta de seu ser, foi até uma loja de vestidos e escolheu o mais bonito que havia.

Um vestido de seda da cor vermelha, pelo qual pagou uma grande fortuna, mas logo iria receber mais do que estava pagando naquele vestido.

Ao chegar em sua casa, vestiu a moça com o vestido, colocou um par de sandálias de cor negra, passou um batom vermelho na boca da moça.

A parte mais difícil foi saber como iria coloca-la em uma posição para poder pinta-la no quadro.

Se virou para a morta, e a vendo deitada tão serena no chão, já sabia como iria pinta-la no quadro.

A pintou como uma defunta mesmo, apenas colocou uma mão em cima da outra, por cima de sua barriga.

Após terminar o quadro , logo foi exibi-lo ,a fama e a riqueza que tanto queria agora tinha.

A felicidade era tanta que quase explodia, todas suas modelos eram mortas da mesma forma.

Cada uma foram enterradas lado a lado em seu quintal.

-Minhas eternas musas, foi um grande prazer te-las como minhas inspirações !-pensava Mauricio com satisfação ao olhar para seu quintal de sua janela.

O céu negro já ameaçava vir uma grande tempestade, trovões tomavam conta do céu.

E a chuva logo começou, Mauricio então resolveu ir ler um livro em seu quarto, até que um trovão caiu perto de sua casa, e a energia faltou.

Ficou no escuro naquele breu, sem dar muita importancia apenas riscou um fosforo.

E o fogo suavemente se apagava, e mais um trovão caiu perto dali, fazendo iluminar sua casa, ao olhar em sua volta o medo e o pavor tomaram conta de seu ser.

Ao ver que suas eternas musas se encontravam ali, com os mesmos vestidos que havia as pintado.

Todas a olhavam e apontavam seus dedos em sua direção.

-Queremos nosso pagamento !- disse uma morta que abaixava seu dedo.

Mauricio correu até o criado mudo de onde tirou um maço de dinheiro.

-Aqui está o pagamento, e a fama vocês já tem, e comprei os melhores caixões para vocês para lhes trazerem conforto- Disse Mauricio com um sorriso estampado em seu rosto.

-Está faltando mais alguma coisa , se esqueceu? - disse uma morta que surgiu entre as outras.

-O que está faltando já dei tudo que prometi - disse Mauricio já mudando de expressão.

-Nos prometeu a sua vida, sua alma, agora cumpra o que prometeu desgraçado! -disse-lhe uma morta que veio em sua direção.

Quando estava quase próxima, os trovões sessaram.

-Nunca minha vida nunca será sua- e após dizer isto, Mauricio sentiu ter levado uma pancada na cabeça o fazendo desmaiar.

Ao acordar, viu só a escuridão.

-Que sonho foi esse hein- tentou se levantar mais deu uma cabeçada em algo, tentou se virar para se levantar, mas algo o prendia ali.

-Riqueza, fama, conforto, isto tudo você também tem agora- ouviu uma voz feminina, e logo a reconheceu era a voz de sua primeira vitima e continuou - agora que pagou o que nos devia, com certeza o prazer não foi todo seu, mas agora será todo nosso - e escutou várias gargalhadas femininas.

E sentiu o ar se esvair de seu pulmão.

-DESGRAÇADAS ! -tentou arfar o ar mas, logo viu que estava a morrer sufocado, se lembrou de como tirou a vida de suas musas e riu com irônia ,como tirou a vida delas, agora elas tiravam a sua.

Fim!

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Após demorar por bastante tempo para escrever aqui no recanto, devo ter enferrujado um pouco.

Agradeço a todos por terem lido.

Um grande abraço a todos!

Jessica Alana
Enviado por Jessica Alana em 20/10/2012
Reeditado em 21/10/2012
Código do texto: T3943232
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