Amor, Maldito Amor

Desculpa Fabi, não sou boa com terror. Ao casal Julio e Zeni, obrigada pelo carinho.

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A moça febril ousou levantar-se de seu leito. E em ultimo esforço ligou para seu amado. Ele não atendeu, a abandonou, ela estava só e desprotegida. Acendeu seu ultimo cigarro e ouviu ao fundo de sua tristeza uma canção. Era um sombrio toque da flauta doce. Ela sorriu desconjuntada, voltou-se ao seu leito e escreveu um mórbido poema, que lhes apresento agora:

Toco o coração sombrio

O amor tardio

As flores mortas

O sentimento febril

Toco a canção ao amor morto

O homem que se calou

Que não me ama

A flauta doce que corrompe a alma

Que me arranca o fôlego

Que me tira a calma

A doce canção da morte

Que indiferente da sorte

Me acalma

Eu estou bem agora

Já não sinto mais dores

A fumaça do cigarro dissipa no ar

Chega de tristezas

Chega de dores

Chega!

Chegue, morte

Hó, vida!

És tão fútil

Tão vazia e sem propósitos

Quero beber com a tristeza

Saborear o vicio

O cigarro

A morte

A morte que me açoita

Que me toca flauta

Que me faz franzir a sobrancelha

Que me cala

Que me...

Que me...

Que me leva

...

...

..

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Foi este seu ultimo versejar. O cigarro se apagou. Ela deu um leve sorriso. Se entregou, calma e culta. De coração partido. Vencida, entregue...

...Entregue ao fim

Cecilia Davila
Enviado por Cecilia Davila em 03/01/2013
Reeditado em 04/01/2013
Código do texto: T4065356
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