Estrada Das Trevas

//Mudei o título porque tava muito parecido com o de um amigo meu aqui do RL//

A lua cheia iluminava o céu ao passo de que a terra estava quase completamente inundada pela escuridão. A BR 54 estava passando por reformas e por isso a iluminação tinha sido desligada, os trabalhadores trabalhavam o dia e a noite seguiam até a cidade de Sucurupi para descansar ou tomar uma cerveja.

Muitos acidentes já haviam acontecido na estrada, o governo culpava as más condições do asfalto, mas os moradores das localidades vizinhas tinham outra explicação para as tragédias. Muitos diziam que um demônio esperava pelos carros todas as noites, parava os veículos e fazia diversas perguntas aos motoristas, se acertassem poderiam seguir caminho...se errassem teriam suas almas capturadas e seus corpos devorados.”E se você não parar o carro, ele te mata antes mesmo de fazer a pergunta!” Era o que os mais velhos diziam.

Dave não acreditava em nada daquilo. O corretor de vinte e oito anos estava no auge de sua carreira e pretendia conseguir um terreno para a instalação de um grande shopping na cidade depois da estrada.Apesar de estar cansado, dirigia seu ecosport há toda a velocidade, queria chegar logo pra poder tomar uma bom café e ligar para sua noiva.

O corretor tinha noivado há apenas duas semanas e ainda estava na fase da paixão excessiva. Os pais de ambos eram contra o casamento por causa do curto tempo de namoro, todos diziam que seis meses era muito pouco pra se ter a certeza de que Julia era a mulher da sua vida.

Mas o homem pouco se importava, tinha sua estabilidade financeira desde os 25 anos e por isso achava que ninguém poderia opinar na sua vida. ”Além do mais, ela também é independente financeiramente” era o que dizia sempre que lhe perguntavam sobre as despesas do casal e todos os outros problemas do dia a dia.

A mulher tinha vinte e sete anos e era escritora de roteiros para teatro e televisão, havia acabado de assinar um contrato com uma grande emissora e escreveria um programa de humor que iria ao ar nos sábados do ano seguinte. Já não morava mais com os pais e sentia que os seis meses eram o suficiente para dizer que amava Dave, afinal..ele fazia seu coração bater mais forte.

Quando engatou a quarta marcha o rapaz foi forçado a frear bruscamente, um homem completamente vestido de preto havia parado em frente ao seu carro. O pânico começou a tomar conta do motorista, imediatamente lembrou-se das lendas que os moradores da região contavam, já estava se preparando pra morrer quando viu o sujeito batendo no vidro, fazendo sinal para abaixar.

-E ai coroa, tá afim de comprar um bagulho?

-Hã? Dave olhou para o lado e percebeu que se tratava de um garoto com cerca de dezoito anos, piercings espalhavam-se por todo o seu rosto e o cabelo moicano estava pintado de vermelho. ”É só um gótico”Pensava, já sentindo-se aliviado.

-Um bagulho coroa. sabe? Pra viajar legal e tal. A voz do gótico não era grossa e tinha um timbre agudo que chegava a irritar.

-Não, obrigado. Estava fechando o vidro quando o rapaz começou a gritar.

-ENTÃO PASSA A GRANA, PASSA A GRANA VAI!

O corretor sentou o pé no acelerador e arrancou em direção a cidade, seu coração estava tomado pela adrenalina e ele só conseguia pensar em sair dali rápido. ”Talvez ele esteja armado ou tenha comparsas por aqu..” os devaneios foram interrompidos quando sentiu o carro atropelar algo. Parou o veículo e rapidamente saiu, olhando para trás.

A visão não foi nada boa.

Deitado no chão estava o corpo de um homem de cerca de 30 anos, seus braços estavam tortos e algumas costelas perfuravam a carne, expondo-se aos olhos. Dave entrou em desespero, havia acabado de matar uma pessoa e não sabia o que fazer.

Depois de passar vários minutos observando o cadáver, decidiu que iria se livrar daquilo. ”Não posso ter um escândalo desse logo agora que está indo tudo tão bem” pensava, enquanto colocava o corpo na mala do carro e adentrava na floresta que cercava a estrada.

“Vou dar a ele pelo menos um enterro” Pensava, enquanto dirigia até se distanciar da rodovia, desceu do carro e tentou abrir a mala. Sua mão estava tremendo,foram precisos vários instantes para que ele conseguisse encaixar a chave na fechadura, quando abriu o compartimento seu corpo foi rapidamente impactado para trás e ele viu um vulto preto sair do veículo,desaparecendo entre as árvores.

O medo o impediu de se mover de imediato, foi só quando viu o vulto novamente que a adrenalina tomou conta de seu corpo e ele conseguiu se levantar e começar a correr em direção ao veículo. Antes de atingir seu destino, foi novamente impactado para trás,caiu com um baque no chão.Sentiu um pé sob seu tórax.

O pé era do homem que ele havia acabado de atropelar! O “defunto” olhou nos olhos de sua vítima e proferiu palavras em um tom de voz grutual, mas ao mesmo tempo sedutor.

-Aquilo doeu, sabia?

-M-M-Me des-desculpe! E-Eu não te vi Dave não estava entendo nada daquilo, olhou para o seu agressor e percebeu que ele já não possuía mais nenhum dos ferimentos, sua pele estava visivelmente mais pálida ao passo de que os olhos eram apenas duas bolas vermelhas.

-Eu sei que não viu, mas mesmo assim doeu.

-M-M-Me De-Desculpe!

-Existem coisas que não merecem perdão. Disse a criatura, enquanto abaixava-se e pegava a sua vítima pelo pescoço, erguendo-a do chão e encarando seus olhos.

-Nã.. O corretor tentava gritar mas a mão apertando seu pescoço o impedia de respirar.O coração batia a toda a velocidade, medo era a única coisa que sentia.

-Isso, adoro quando o medo toma conta de vocês.. o gosto do sangue é melhor.Disse o vampiro, antes de proferir a mordida no pescoço do humano.A sucção do sangue estava começando.

Durante aquele momento de tortura, a única coisa que o humano conseguia pensar era em sua noiva, pensava no quanto a amava e no quanto se arrependia de não ter aproveitado mais seu tempo com ela.

-Sabe, todas as vezes que nós sugamos o sangue de vocês.. vemos todos os momentos que vocês viveram, todos os sentimentos que vocês sentiram por toda a suas vidas.E quer saber? Acho que vou querer conhecer melhor essa sua noiva. Disse o monstro depois de terminar a sucção e começar a caminhar em direção ao Ecosport.

FIM

Meu primeiro conto vampiro \O/ espero que comentem com sinceridade..não esqueçam que críticas construtivas são sempre muito importantes pra mim!!

Ah. Faby..espero que não se importe de ter utilizado um de seus filhos aqui no meu conto hahaha

Aguardem novidades e leiam os contos da série "Jogos demoníacos"

Rayan Fernandes
Enviado por Rayan Fernandes em 25/01/2013
Reeditado em 26/01/2013
Código do texto: T4103779
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