Amor eterno - DTRL

Pessoal, me desculpem, mas esse é o meu primeiro conto de terror, que fiz exclusivamente para essa brincadeira. Se ficou bom ou não são vocês que vão dizer.

Gostei de participar...

Ângela

Despi-me lentamente, explorando o meu corpo escultural com minhas mãos macias e brancas, encarando aquele que dias antes havia feito uma revelação para mim. Ele me olhava assustado, e a décima gota de suor escorria de sua testa. Ele podia sentir o meu cheiro, sei que podia. O meu perfume era uma armadilha cruel e aterradora.

O quarto estava iluminado por treze velas distribuídas matematicamente. Meu perfeccionismo não se escondia nem nas horas mais sombrias. Ele estava vestido só com uma cueca, e dava pra perceber o volume aumentando cada vez mais, enquanto eu me insinuava na sua frente, deixando o rastro do meu cheiro mortal.

Num certo ponto da minha dança ele começou urrar e se debater. Estava com os braços e pernas atados, e uma calcinha minha como mordaça. Minha calcinha menstruada. Pequenas gotas de sangue escorriam da sua boca, e aquilo me deixou maluca. Estava na hora.

Abri uma maleta que estava no chão e tirei um pedaço de carne lá de dentro. O cheiro estava ótimo. Carne vermelha e fresca. Aproximei-me dele e dei uma mordida gutural no coração, fazendo com que uma chuva de sangue caísse sobre ele. Eu sabia que o desgraçado abominava sangue.

Tirei a calcinha da boca dele e aproximei o meu rosto. Ele suspirava aceleradamente e seus olhos exalavam um terror massivo. As velas bruxuleavam.

- Agora lambe. – sussurrei.

Ele permaneceu parado, sem reação nenhuma.

- Eu disse pra lamber! – gritei, em seguida desferindo um soco na cara do vagabundo. Ele rolou pelo chão e começou chorar baixinho. – Não tem problema, o mesmo sangue que está no meu rosto é o sangue que corre em suas veias.

Ele parou de chorar e se movimentou desajeitado para me encarar.

- O que... disse? – balbuciou.

Sorri e lambi os beiços demoradamente.

- Sua mãe morreu tão jovem. Eu juro que vou deixar você ver o corpo.

Nesse momento ele começou gritar desesperado, mas parou quando eu tirei um machado da maleta. Ainda estava sujo de sangue. Encostei o metal quente na bochecha dele.

- Ou você lambe o meu rosto ou lambe o machado.

Sem falar nada, ele abriu a boca e tirou a língua pra fora, e num movimento certeiro, cortei a língua com o machado. O pedaço de carne caiu para o lado enquanto ele gritava e urrava de dor ao mesmo tempo. Sorrindo, peguei o pedaço de língua e enfiei goela abaixo, me sentindo satisfeita.

Enfiei novamente a calcinha na boca dele e em seguida tirei a cueca do desgraçado. Seu órgão estava incrivelmente duro.

- É assim que eu gosto. – disse acariciando seu pênis, com movimentos lentos.

Ajeitei-me melhor e sentei em cima dele, quase me penetrando.

- Agora me come.

Ele fez que não e afastou-se, se arrastando pelo chão. Só parou quando topou com a parede.

- Então vai ser do meu jeito.

Peguei o machado e nem esperei um protesto. O pênis saiu voando pelo quarto, parando perto de mim. O quarto se encheu de sangue, e o vagabundo pareceu estar desmaiado. Cheguei perto dele e olhei bem o seu rosto. Aquele mesmo rosto que havia me conquistado três anos antes. Aquele mesmo rosto que tanto havia me consolado. Aquele mesmo rosto que me encarou quando ele me disse que tinha outra. Aquele mesmo rosto que voaria pelo quarto.

Eu queria que ele estivesse acordado quando eu fizesse isso, mas já havia enrolado demais. Peguei o machado novamente, e com toda a força que me restava, cortei a cabeça do meu amor. Ela caiu ao lado do corpo, toda vermelha de sangue.

Chorando, sentei ao lado do seu corpo e me lambuzei toda. Ele era uma parte de mim agora.

Só no dia seguinte eu tive forças para guardar o corpo no meu freezer. Mas a culpa não foi minha. Eu sempre disse que ele ia ser só meu. Para sempre.

Agora só faltava aquela vagabunda...

Fernandes Carvalho
Enviado por Fernandes Carvalho em 31/01/2013
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