Dama de Copas: Transformações Terminadas

Entrei correndo em casa e fui direto para os quartos que Fabbyanne e Lisandra estavam ocupando, as portas estavam abertas e pude ver as duas caidas no chão se contorcendo de dor.

Grayce estava sentada no corredor tentando acalma-las mas parecia que o conjuro não estava fazendo efeito, quando ela me viu me olhou como se eu fosse uma tabua de salvação.

- Por favor, me diz que você sabe o que fazer pra acalma-las.

- Elas já beberam o restante do sangue das garrafas?

- Sim e já beberam mais duas garrafas de vinho misturado cada uma.

- Faz quanto tempo que elas beberam a ultima garrafa?

- Uns quinze minutos. E logo em seguida elas começaram a sentir dor e eu não consigo fazer nada pra aliviar a dor delas.

Eu não tinha ideia do que poderia estar acontecendo, as duas estavam tomando sangue puro, o sangue que havia nas garrafas que elas haviam tomado primeiro era sangue de vampiros ancestrais, não entendia porque o corpo delas estava rejeitando isso.

Cai no chão ao lado de Grayce, eu precisava entender o que estava acontecendo, porque o corpo delas estava rejeitando o sangue. Fiquei pensando, desesperada tentando entender o que estava acontecendo. Então com em um estalo tudo fez sentido, o corpo delas necessitava não de sangue de vampiros, mas sim de sangue humano, mas eu não queria por ninguém em perigo, me virei pra chamar Wilton, e vi que ele estava no começo do corredor.

- Eu já sei o que fazer, mas preciso que você vá até a cidade o mais rapido possivel.

- Qualquer coisa pra ajuda-las.

Falei rapidamente meu plano para Wilton que saiu em disparada em direção ao centro da cidade, só fiquei torcendo para que meu plano desse certo.

- Grayce, pegue por favor duas garrafas vazias e traga aqui pra mim.

- Tudo bem, mas o que você vai fazer?

- Só vou remediar a situação até o Wilton voltar.

Grayce pegou as garrafas que estavam no corredor e colocou uma em baixo de cada punho meu como pedi a ela, então fiz um corte em cada pulso e deixei o sangue correr livremente para as garrafas, Grayce ficou desesperada ao me ver fazer aquilo, mas eu pedi pra ela se concentrar em acalmar as garotas que eu precisava de concentração.

Enquanto o sangue escorria dos meus pulsos para as garrafas eu ia juntamente fazendo um conjuro para deixar o sangue sem minhas lembranças e sentimentos, no meio do processo eu peguei alguns pensamentos dessa tarde enquanto eu estava com aquela garota na colina, e pareceu que havia sido tirado um bloqueio dos meus pensamentos.

Olhei as garrafas que estavam pela metade e tirei meus pulsos de cima e lambi o corte fechando o ferimento e estancando o sangramento. Automaticamente entreguei as garrafas para Grayce e apenas murmurei pra ela entregar para as garotas, Grayce viu que eu estava me levantando e indo em direção as escadas e me parou.

- Onde você está indo?

- Eu preciso resolver uma coisa, esse sangue irá acalmar as garotas durante mais um tempo, assim que Wilton chegar ele saberá o que fazer, apenas ajude-o.

- Mas Danielle...

- Grayce, por favor as meninas precisam de você mais do que nunca. Agora me diga onde estão os outros?

- Eles sairam junto com o Wilton, foram para o lado sul ver quem poderia estar adentrando na propriedade.

- Tudo bem, eu vou tentar ser rápida, não saia da casa por nada, fique aqui junto com as garotas vocês estão mais seguras aqui dentro.

- Tome cuidado.

Sai rapidamente e fui na direção que Grayce falou que os outros haviam ido, encontrei-as no meio do caminho, vinham tranquilas, pareciam desapontadas.

- O que aconteceu meninas?

- Nada, absolutamente nada.

- Como assim?

- A Grayce falou que sentiu alguem tentando invadir a propriedade pela entrada do lado sul, corremos até lá, mas a única coisa que vimos foram alguns lobos ao longe.

- Lobos? Que tipo de Lobos Jessy?

- Lobos, grandes, cinza...

Os guardiões, mas fazia anos que ninguém tinha noticias de que ainda existissem os guardiões. O que ou quem havia despertado os guardiões.

- Jessy, Tathy, voltem para a casa e fiquem lá, não saiam por nada, as defesas lá estão melhores, Wilton logo vai voltar e ajudem ele e a Grayce a cuidar das garotas. Eva, você vem comigo, preciso da sua ajuda para descobrirmos o que está acontecendo.

- Aconteceu alguma coisa de grave?

- Não ainda Eva, mas por isso mesmo precisamos investigar.

Jessy e Tathyelly foram em direção à casa enquanto Eva e eu fomos para a saida da propriedade e em direção à cidade, íamos o mais rapido que podíamos, mas parecia que não estávamos rapido o suficiente, ou era apenas a minha ansiedade por respostas que me fazia querer chegar mais rapido ao meu destino. Eva apenas me seguia sem entender o porque da toda a minha pressa, ela também era rápida, e me seguia facilmente. Depois do que pra mim pareceu uma eternidade chegamos na frente do cartório mais antigo de Londres, as portas e janelas estavam todas fechadas, do lado de dentro estava tudo escuro e não se ouvia o barulho de nenhum humano por ali.

- O que nós estamos fazendo aqui?

- Investigando Eva. Mas primeiro precisamos conseguir entrar sem sermos vistas.

Eva e eu olhamos a fachado o edificio até que Eva apontou uma janela no segundo andar que estava ligeiramente aberta, era o unico modo de entrarmos, fui na frente e com um pulo consegui me agarrar ao beiral da janela, entrei rapidamente e Eva entrou em seguida, estávamos lá dentro, e ao que tudo indicava não havia sistema de segurança, melhor ainda.

- E agora?

- Agora, preciso de sua ajuda para acharmos qualquer registro sobre a familia Winsconsin.

- E porque essa família em particular?

Contei rapidamente a Eva o que havia acontecido naquela tarde, e o meu encontro com a garota na colina. Ela ficou me olhando como se não entendesse o motivo de eu querer revirar os arquivos do cartório.

- Eva, minha irmã morreu em 1938, que foi quando eu consegui comprar a propriedade da família. Então não tem como essa garota que aparenta ter no maximo vinte anos ter conhecido minha irmã.

- E você está pensando em que?

- Eu não sei, mas a hora que eu estava retirando minhas emoções do sangue para dar para as garotas eu percebi que haviam alguns lapsos nos meus pensamentos durante a minha conversa com essa garota, e filtrando mais tudo o que aconteceu eu acredito que ela estava com algum tipo de feitiço que me impedia de perceber quem realmente ela era.

- Mas quem poderia ser?

- Não faço a menor idéia, é por isso que eu quero descobrir sobre a família da minha irmã, quero saber tudo o que eu puder.

- Então vamos começar porque tem muita coisa pra procurar por aqui...

- Acho melhor tentarmos ver se tem algum arquivo nos computadores, ou pelo menos algum indício de onde encontrar os registros.

Eva e eu começamos a procurar nos arquivos digitais, após algumas horas procurando, encontrei um arquivo que indicava onde estavam os arquivos do ano em que minha irmã se casou. Fui encontrar os arquivos em papel, não foi fácil de encontrar mas finalmente achei os arquivos do ano de 1854.

- Eva, encontrei os arquivos do ano do casamento da minha irmã.

- Eu encontrei alguns registros de nascimentos, acho que são seus sobrinhos.

- Vamos continuar procurando, quero ver tudo o que tem aqui sobre a família dela.

- Tudo bem.

Continuamos procurando e logo encontramos mais arquivos sobre a família da minha irmã, até os mais recentes onde estavam os nascimentos de seus ultimos descendentes. Rapidamente fiz cópia de todos os arquivos e saímos de lá do cartório e fomos para casa. Tinham folhas e mais folhas de arquivos para poder ler, e tentar entender tudo o que estava ali.

Assim que chegamos em casa percebi que o clima estava mais calmo, fomos para a biblioteca e todos estavam ali conversando, inclusive Fabbyanne e Lisandra.

- Oi, como vocês estão meninas?

- Bem melhor, a fome, ou a sede sei lá passou totalmente.

- Que bom Fabbbyanne, e como vocês estão se sentindo?

- Eu estou bem, apesar de sentir meu corpo um pouco estranho.

- Eu também estou bem, apesar de meus olhos estarem sensíveis à claridade.

- Bom, isso logo passa, mas tirando isso está tudo bem?

- Sim, e a ideia de bolsas de sangue foi maravilhosa.

- Que bom que funcionou. E Lisandra, você que conhece mais sobre o Duo Triatum o que mais precisa ser feito?

- Bom, agora que nós três já estamos com as duas naturezas manifestadas resta só o feitiço para nos unirmos em definitivo.

- E isso vai fazer exatamente o que?

- Bom Fabbyanne, o que vai acontecer é que assim que nos unirmos vamos ter os nossos poderes unidos, tudo o que nós teríamos que usar apoio de outras pessoas para fazer poderemos fazer sem problemas.

- Como assim?

- Significa Danielle, que apartir do momento em que nos unirmos nós seremos apenas uma pessoa, só podemos ser paradas se formos mortas as tres ao mesmo tempo. Porque de outra forma se somente uma de nós morrer o feitiço de ressucitação vai traze-la de volta.

- Então isso quer dizer que todas nós poderemos fazer todos os feitiços? Inclusive os de magia negra?

- Isso mesmo Fabbyanne. E além disso tudo o que uma souber sobre magia e feitiços no momento em que nos unirmos, as outras duas saberão automáticamente.

- Então, o que estamos esperando?

- Lisandra?

- Vamos lá, eu preciso de um recipiente e três facas de prata, algumas velas e os tres feitiços originais.

- Velas tem no armário ao lado da porta, vou ir pegar o recipiente e as facas.

Rapidamente tudo estava organizado e preparado para fazermos a união do Duo Triatum, podia sentir a exitação e a excitação que vinha de todos os que estavam ali na sala, mas eu estava estranhamente tranquila, parecia que finalmente estava fazendo algo para o que nasci...

(...CONTINUA...)

Dani Moranguinho
Enviado por Dani Moranguinho em 10/04/2013
Código do texto: T4233512
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