A simples história do Espírito errante!
 
Olhes por onde tu ainda passas, não estás sozinho por ai, vagueias, perdido entre raivas, despeito, gritos estridentes, sedento de carinho e atenção. Tu estás doente mergulhado nos vícios, dependente do capitalismo...
Queres pegar e tudo te foge entre os dedos, zangado foges sem rumo, sem entenderes nada, queres fumar o teu último cigarro, que vontade doida, esgueiras-te e puxas pelo cigarro e o fumo sai todo pelas entranhas.
Assustado, logo corres agarrando a tua esposa que chora compulsivamente no teu próprio velório, ela nem dá por ti e assim tu pensas; (O que passa aqui) curioso como és aproximas-te do teu caixão e assim acordas para o teu verdadeiro estado.
Nos teus pensamentos tudo te vem à tua mente, pensando que não podes ser tu e é apenas um sonho mau muito mau, beliscas o teu rosto e não tens como acordar, pois o teu corpo já adormeceu e não volta mais acordar.
Tenta-te lembrar-te de tudo o que fizeste de errado e tudo te volta como um filme velho rebobinado. Saíste de casa cedo alias nem ficaste a jantar com a tua família, os teus amigos já te esperavam no barzinho da esquina para o primeiro copo. Logo vão para outras paragens, onde a vida é mais brilhante, mulheres a farta e amigos nem se fala! Isso é que é viver na farra! O resto que se lixe...
Com uma lágrima correndo e bem disfarçada a tua esposa te beija na boca e docemente te pede não voltes tarde e tem cuidado. O amor tem destas coisas se ama mesmo que ninguém possa entender o porquê de tanto amor. O seu coração já estava dando sinal de muita coisa errada, mas ela ficava calada e orava a Deus pela sua família.
Rindo-te dela, tu sais certo que tudo será igual, será certo ela estará te esperando na sua cama quente e macia, mas a noite reserva-te a maior surpresa do teu caminho.
Os teus pensamentos ficam por ali perdidos entre a tua sede e aqueles amigos que tanto riam, mulheres vão e vem da tua mesa, parecem guardanapos digamos que de uma má qualidade.
Por momentos pareces o Rei e o senhor da noite, mas a noite te coroou com a mais bela coroa de espinhos, trouxe a tua alma até ela e assim ta prendeu.
Entras no teu carro, com a tua garrafa rindo e gargalhando a todos que a noite ainda é apenas uma criança, tuas pernas já não se seguram os teus sentidos já são nulos e o teu carro já vai aos ziguezagues e toca acelerar, pois tu és o melhor da estrada que a noite já viu. 
Naquela curva que tanto protestas ultrapassas doidamente, do outro lado vem um carro com a sua família completa, são apenas cinco vidas ali, nada de mais... O pior acontece, vais de encontro a eles e bates de frente... Ninguém se salvou, entre ferros e chapas apenas o sangue correndo e a vida ceifada.
Todos morreram, não ficou nada, nem os sonhos, nem os projetos e apenas as carcaças retorcidas e muita dor, choro e a revolta.
Não! Gritas tu, desesperado e assim corres até as forças te faltarem, no meio da noite nunca é dia para ti, nada, tu sabes, tu entendes que erraste demais, magoaste demais... Assim tu te escondes no esgoto com o seu cheiro fétido, espíritos horríveis, zangados cheios de maldades, vícios, cheios de ódio e arrogantes vagueiam junto a ti são agora teus companheiros de viagem.
Tua alma negra sofre demais, não merece o perdão, nem o amor, pois o amor tu o deitaste pela janela da ingratidão e a noite escura jamais será dia, jamais!
Não sei se irás te arrepender, eu não sei, mas gostaria que sim que tu o fizesses, pois nosso Deus é o Amor, então tudo se conserta quando o amor transborda dentro do teu coração e sempre ciente do teu próprio perdão, serás capaz de fazê-lo?  Que a luz se faça dentro de ti.
 
Paz profunda!
 
Betimartins
 
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Betimartins
Enviado por Betimartins em 10/04/2013
Código do texto: T4233710
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