Escola Boa Morte

Meu nome é Antônio e tenho 17 anos, moro com a minha mãe chamada Rosane de 42 anos,meu pai Junior já é falecido. Sempre tive medo de escolas mal assombradas, até pelo fato de serem grandes com salas, bibliotecas e direção, ah e nem me fale sobre o refeitório, escolas sempre me deixaram com receio, principalmente quando via aqueles ginásios gigantescos ao fim do expediente quando as luzes se apagavam.

Era realmente macabro.

Me mudei para Bom Jesus, um bairro da cidade de Porto Alegre porque mamãe finalmente teria conseguido um emprego estável e de boa renda para nós e sabe como são as mudanças, correrias para todos os lados mas digo que até me encantei com o lugar, uma população em média de 28.229 habitantes, lugar calmo sem ladrões pelas ruas e muito bonito realmente. Logo que chegamos fiz questão de me enturmar com o novo pessoal e fazer novos amigos. Sai para a rua e avistei um garoto jogando pedra na direção do vento, achei estranho e fui conversar com ele.

-Olá, meu nome é Antônio, tudo bem contigo?

-Olá, me chamo Hector, você é novo aqui?

-Sou sim, me mudei hoje, cara adorei esse lugar, tudo aqui é realmente muito bonito e muito bem cuidado.

-Sim, todo mundo colabora principalmente na limpeza, mas e aí qual colégio você vai se matricular?

Achei a pergunta um pouco fora do assunto mais respondi.

-Olha Hector, não sei lhe dizer, me mudei hoje tenho que conversar com minha mãe.

-Entendo.

-Desculpa a pergunta mas porque me perguntou em qual colégio irei me matricular?

-É muito complicado.

-Me fale, tenho muito tempo ainda.

-Não posso cara, só te dou um aviso, nunca se matricule no Colégio Boa Morte.

-Mais o quê tem de tão ruim la?

-Não posso dizer mais nada, agora tenho que ir!

Hector foi embora num piscar de olhos, quando olhei ele simplesmente desapareceu.

Quando cheguei em casa já passava das 22 horas e mamãe chega super contente me dizendo.

-Filho, veja que sorte acabei de ligar para o colégio Boa Morte e eles tem disponível uma vaga, já o matriculei e amanhã iremos comprar seu novo uniforme.

-Está certo mãe.

-Amanhã bem cedo, mas agora venha jantar para a comida não esfriar.

-Não estou com muita fome, vou para o meu quarto e irei dormir, Boa noite.

-Está certo Antônio, não se esqueça que amanhã cedo já iremos comprar seu uniforme para começar no dia seguinte.

Entrei no meu novo quarto, tudo ainda estava uma tremenda bagunça, mas isso não era o foco dos meu pensamentos no momento.

O quê será que aquele garoto quis dizer com " Nunca se matricule no colégio Boa Morte " ? Deitei na cama e fiquei á pensar olhando para o teto, mas acabei a dormir.

No dia seguinte..

-Acorde Antônio, temos que comprar seu novo uniforme.

Fomos em uma loja de roupas, ficava á 2 quadras de casa, e compramos o meu uniforme. Mas fiquei com um pouco de receio, uma cor acinzentada para as calças e as camisas.

No dia seguinte, a supervisora do colégio pediu que eu e Rosane fossemos ao colégio entregar os últimos documentos, foi então que ela disse.

-Está tudo certo, mas a vaga que eu lhe disse dona Rosane é para o período noturno. Não tem problema?

-Não, problema algum, esse bairro á noite e bem calmo e livre de ladrões , tenho certeza que Antônio se sairá bem.

-Então está certo dona Rosane, esses são seus livros Antônio pode começar hoje mesmo.

Não disse uma só palavra enquanto estávamos ali, só quando nos retiramos.

-Noturno mãe?

-Eu também não sabia filho, mas esse lugar é bem tranquilo não precisa ter medo.

É verdade, alias o que poderia acontecer?

A noite chegou e meu medo só aumentou, coloquei meu uniforme mas parecia que aquilo me trazia pensamentos negativos, não sei como explicar mas parecia que me fazia pensar em coisas negativas. Sai de casa e fui, não demorou muito e logo cheguei, peguei o papel com a supervisora para ver minha sala e logo que entrei fiquei extremamente paralisado. A sala tinha mais de 50 alunos e todos ficaram me olhando com olhares malignos, parecia uma força do sobrenatural, uma sensação terrível mas ignorei e sentei na penúltima cadeira da primeira fileira.

-Pessoal, temos um novo aluno na sala, como é que recebemos um aluno novo?

Logo todos os alunos começaram a dar risadas, eu fiquei muito assustado e comecei a rir também para descontrair sabe. Mas de repente todos pararam e se concentraram no quadro, pareciam robôs obedecendo ordens. as aulas acabaram rapidamente e na saída, eu estava muito apurado para ir ao banheiro, quando entrei eu vejo Hector com uma de desespero, logo perguntei a situação.

-Hector! O quê houve cara?

-Não, Eu disse pra você nunca se matricular nesse colégio, não foi isso que eu disse porque não me obedeceu? porque?

-Minha mãe quis que eu viesse para cá, mas diga porque todo esse escândalo?

-Agora você vai morrer Antônio!

Hector deu uma risada maléfica e de repente as luzes do colégio inteiro se apagaram, entrei em desespero por completo, fui palpitando com as mãos tentando achar a saída do banheiro mas escuto passos e algumas risadas. Não sabia o que fazer e de repente algo bate sobre o meu peito me levando até a parede, senti uma dor tão grande que quando acordei estava no meu quarto e não me lembrava de nada.

Acordei todo suado e pensei. Ufa mais um daqueles sonhos medonhos.

Rafael Fernando Cibi
Enviado por Rafael Fernando Cibi em 30/04/2013
Reeditado em 02/05/2013
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