Pacto de Ossos
- P A C T O D E O S S O S -
Renato Barbosa de Melo
"Oh. Grande Mãe. Que eu tenha hoje e
a cada dia a força dos céus.
A Luz do Sol, o resplendor do fogo,
o brilho da Lua, a presteza do vento,
a profundidade do mar, a estabilidade
da terra e a firmeza da rocha.
Que Assim Seja e Assim se Faça...
Abençoado Seja...
(Oração Wicca)
As criaturas sem olhos nos atacaram durante a madrugada enquanto dormíamos. Eu não sei o que aconteceu com Juliana, não pude mais vê-la na cela. Pelos sete infernos! Rezo para que ela não esteja morta. Consegui forçar a fechadura num momento de desespero e atravessamos a grade de ferro. Porém, tivemos que nos separar. Éramos um pequeno grupo de exploradores ritualísticos. Apenas isso.
Sulamita - A Sacerdotisa - foi a primeira a correr, mas não foi longe. Enquanto era puxada pelo vulto negro ela gritou:
- Não podemos partir sem antes encontrar o que viemos buscar. Não importa o que aconteça comigo...vá e encontre...
Chris e eu tentamos alcançar o topo da abertura da gruta, mas uma das rampas estava quebrada. Sem hesitar, ele me abraçou, e me deu um forte empurrão, fazendo-me pular a força para o outro lado da ponte. Ele olhou-me pela ultima vez, e disse para eu correr.
Eu fiz.
Sem nem sequer olhar para trás,
Eu corri como um covarde.
Eu podia ouvi-lo lutar contra aquelas terríveis criaturas, ele deu a vida para me salvar. E eu só pensava em sair de lá.
Eu apenas corri o mais rápido que minhas pernas puderam, até que me escondi aqui. Neste buraco fétido, cova de ratos.
Aquelas criaturas ainda estão lá fora a minha procura, e eu estou apavorado demais para me mexer.
Deusa, ampara-me agora, eu suplico.
- FIM -
Obs: Este é apenas um mini-conto. É bem complicado concentrar uma narrativa em tão poucas linhas. Isto foi escrito em 2007 quando eu ainda estava no colégio. Encontrei em um caderno esses dias.