A vingança é doce

Estava sozinha, só. Apenas minha sombra me guiava, não é fácil quando se perde os pais, e o mais curioso é que o mesmo cara matou ambos, um em cada dia. Sabe o que é ver seus pais morrerem na sua frente e não poder fazer nada para ajudar? Absolutamente nada, meu medo tomou conta e não conseguia mexer um dedo sequer, mas uma coisa eu fiz muito bem, olhei diretamente para a cara daquele fedelho e centralizei todos os traços possíveis que pude, mas não era muito difícil, pois sua cara era recheada de cicatrizes. Não sou de guardar magoas de ninguém e não sou vingativa, mas esse sujeito irá pagar caro pelo o que fez. Agora não importa quantas pessoas ele matou e quantas deixou de matar, eu irei arrancar seus miolos e jogarei na rua para algum animal comer. Não tenho mais um pingo de amor e não ligo para mais nada. Esse cara destruiu tudo o que eu considerava um amor e ainda acha que poderá sair de fininho? Está enganado meu caro. O que e seu está bem guardadinho. Preciso primeiramente encontrá-lo para depois começar a planejar meu plano. Andei pela cidade de cima para baixo até que certo dia eu o vi. Estava em um bar perto de um shopping Center tomando uma cerveja e fumando um cigarro, a partir daí comecei com as buscas. Passaram-se vinte minutos e ele resolveu partir. Eu o segui durante quatro quadras e depois entrou em um beco desaparecendo dentro de uma cabana. Não estava ali para pegá-lo de primeira e sim observá-lo, marquei bem seu novo território e voltei para casa. Lá estava quase sendo despejada, é incrível como as pessoas são, acabo de perder meus pais aos 15 anos e ainda querem que eu pague o aluguel, primeiro tenho que pagar uma dívida bem mais valiosa depois me acerto com isso. Comia porcaria o dia todo, nunca cheguei perto de um fogão e não pretendo chegar. Sempre quis ser médica, mas parece que minha vida não me proporcionará essas condições. Pela manhã fui até a estrada e entrei em uma floresta buscando alguns objetos que me seriam úteis para realizar meu trabalho. Encontrei algumas madeiras velhas que me seriam de forte utilidade e levei para casa. Chegando lá passei por um beco abandonado e vejo pela frente o maníaco enforcando uma mulher enquanto o rapaz implorava pela vida amarrado, logo depois dois tiros na cabeça de ambos e mais uma família estava acabada. Sai correndo atrás dele, mas após atirar no casal já havia desaparecido da minha frente. Por sorte não me viu, logo que cheguei à avenida vi um rapazinho implorando pelos seus pais.

- Tenha certeza que vingarei a morte dos dois!

Como um ser desse não tem amor no coração a ponto de matar país de família, isso não pode continuar preciso acabar com isso e será hoje à noite! Cheguei e já comecei a montar minhas armas, esculpi a madeira em forma de uma lança, peguei um jogo de facas que havia sobre a mesa, álcool e isqueiro. Estava prestes a acabar com isso de uma vez, sem dó, sem piedade! Sai para rua e fui até o bar ao lado do shopping Center onde o vi pela primeira vez, segui o mesmo trajeto que havia decorado em minha cabeça e cheguei ao meu pronto principal. Sua cabana velha, entrei de mancinho passando pela lona que cobria seu esconderijo e me deparo com uma mulher e um menino, eles estavam assistindo TV.

- Não é possível o desgraçado tem uma família?

Não importa eu tenho que acabar o que comecei, ele deve sentir a mesma dor que eu senti de perder uma família. Entrei rapidamente e fiz o garoto de refém enquanto sua mãe gritava pedindo socorro.

- Por favor solte meu filho, lhe imploro.

- E melhor calar sua boca agora sua maldita antes que eu deixe sua cara igual à de seu marido!

O grito do garoto foi o bastante para chamar a atenção dele que logo veio e me olhou bem nos olhos.

- Quem é você vagabunda?

- Lembra dessa vagabunda? A que você tirou a vida de seus pais enquanto ela assistia tudo de camarote, lembra bem não é seu desgraçado? Lembra enquanto eu lhe implorava pela vida enquanto você matava um e depois outro? Responda-me seu maldito!

- O..o..o quê? Não pode ser! Devia ter lhe matado junto!

- Pois é agora eu vou lhe matar, vim aqui acabar com isso de uma vez por todas e para ver você sentir a dor que eu senti, ou melhor, a dor que todas as crianças sentirão enquanto você destruía a vida de seus pais! Pois bem chegou sua hora!

Não terminei de falar enfiei a faca no pescoço do garoto, o sangue jorrou em minha cara e depois puxei a lança enfiando na testa de sua esposa.

- Gosta disso deu desgraçado? Me responda!

Veio para me atingir, mas estava sem arma alguma, tirei a lança de madeira da testa de sua mulher e enfiei na sua boca fazendo atravessar e parar atrás de seu pescoço, realmente foi um espetáculo de horror. Depois peguei o isqueiro e queimei a cortina, logo ela se espalhou em chamas joguei o álcool e sai rapidamente vendo tudo queimar. Tudo havia terminado, minha missão estava cumprida, vinguei os pais de muitas crianças e estava voltando para casa pela primeira vez tranqüila.

Rafael Fernando Cibi
Enviado por Rafael Fernando Cibi em 17/07/2013
Reeditado em 17/07/2013
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