Não me deixe com ela...

Nunca fui uma criança "pura", enganava-se quem se deixasse levar pela minha "graça infantil": cabelos longos e lisos, magra, expressão alegre e engraçadinha; havia quem dissesse que eu parecia frágil – Hã???–, na escola eu era odiada. Sou daquelas pessoas que arrumo confusão constantemente. Em meu condomínio, era conhecida pelas multas e artimanhas que fazia com os menores frequentemente. Cansava de levar as crianças menores para lugares escuros e assustá-las, jogando insetos e saindo correndo, deixando-as desesperadas de medo. Geralmente diziam que eu era possuída, essas coisas de adultos usam para se referirem a crianças mais "levadas". Eu, de fato, não perdi a mania. Sempre tive pensamentos obscuros, porém isso nunca foi um incômodo. Eu era normal, porém diferente. Na verdade, nunca tive muita atenção dos meus pais. Ambos sempre trabalharam muito e substituíam o carinho por presentes caros. Sempre fiquei com a Marta, minha babá.

Quando saíam para eventos, jantares e afins, me deixavam com a Marta, aquela velha patética que insistia em brincar comigo de boneca. Sempre estava bêbada e queria me fazer gostar de Chitãozinho e Xororó. Lamentável. Marta era tão eficiente quanto nada. Eu sempre pedia para que não me deixassem com a Marta, mas minhas palavras não tinham peso algum naquela casa.

Certa noite, meus pais precisavam ir a uma festa e eu, como já tinha catorze anos, chamei Marta apenas para fazer minha comida. Chegando em minha casa, Marta estava bêbada, para variar, e fez uma comida nojenta. O arroz estava uma cola e o estrogonofe estava esbranquiçado. Joguei no lixo e a chamei para brincar comigo de restaurante. Marta estranhou eu, naquela idade chamá-la para brincar, mas aceitou. Coloquei sentada à mesa e comecei a fazer os pratos. Primeiro fiz uma carne ao molho barbecue e dei para a velha, que comia numa pressa que me dava nojo. Coloquei uma taça de vinho à sua frente e aí que a velha ficou alegre. Que nojo! Não demorou muito para que Marta sentisse sono e falei para ir dormir em minha cama. Assim que a velha subiu, peguei uma taça e a faca mais amolada da cozinha e subi logo atrás. Quando cheguei em meu quarto, o cheiro de bebida era insuportável e a ânsia de vômito logo veio. Não hesitei em lhe dar a primeira facada em sua barriga, em seguida ouvindo o grito de Marta, que não me comoveu nem um pouco. Logo dei outro golpe em seu rosto. A vadia não esboçava nenhuma reação, só sabia gritar. Então, cessei a noite de facadas com um golpe em sua cabeça e colocando um pouco de seu sangue na taça e bebendo um sangue saboroso, até, e brindando minha primeira vítima, finalizando em grande estilo.

Na verdade, quando eu pedia para não me deixarem com a Marta, não era um pedido, mas, sim, um aviso.

Aliás, sociopatia é genético?

Maiah
Enviado por Maiah em 29/07/2013
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