Floresta dos Corvos

Oi pessoas! Como estão? Espero que todo mundo indo muito bem! Hoje vim apresentar a vocês um lançamento de literatura fantástica lançado pela intrínseca, "Floresta dos corvos". Ark, personagem principal da trama, é apenas um adolescente com um pai doente e recursos financeiros seriamente limitados, que precisa assumir o lugar do pai como encanador para sobreviver e dar auxílio a sua família.

"Ark repassou o dia em sua mente. Apenas mais um esgoto entupido, dissera seu patrão, sem querer sujar as mãos brancas e limpas. Você pode resolver isso, Arktorious Malikum. É um trabalho. Na verdade, é um "grande trabalho"! E, convenhamos, você já é marrom ... então, enfiar a mão em uma grande pilha daquilo não vai fazer muita diferença! O homem riu da própria piada. Era o que sempre fazia. Mas aquilo não era motivo de riso."

A princípio, pode parecer uma estória comum, de um garoto vivendo em uma sociedade de desigualdades sociais. Só que Ark não vive em uma cidade, não do que convencionalmente chamamos assim. Ark vive em árvores. Na verdade, as últimas árvores que restam no mundo. Junto com seu povo, os Dendrianos, Ark percorre as árvores da ilha de Arborium desde que se lembra, e a terra lá embaixo é motivo de lendas e muito medo por parte do povo desta cidade suspensa.

Mas o que começa com um dia normal, promete transformar-se numa caçada de vida ou morte, e uma aventura sem precedentes. Acontece que, fora de Arborium, existem outras cidades, mas todas elas de vidro e metal - apesar de que Ark não entende muito bem o que isso venha a ser. Na sordina, espreita o vasto império de Maw, que interessa-se pelas árvores de Arborium. Afinal, num mundo sem árvores, cada lasca de madeira vale muito mais que seu peso em ouro.

Enquanto Ark consertava os esgotos de um político poderoso de sua terra, conselheiro do Rei, acaba escutando planos que nunca deveria ter presenciado: uma enviada do império de Maw aliando-se ao conselheiro para invadir as terras (opa, os trocos suspensos!) de Arborium, exaurindo suas florestas e fazendo o povo trabalhar como escravo.

"Sua mente disparava. O que ele ouvira na área de serviço era uma sentença de morte. Precisava fazer alguma coisa, mas o quê? (...) Palácios grandiosos de vidro espelhado e máquinas de metal que voavam. Para a maioria dos dendrianos, o império distante era mais como um rumor, uma história que espreitava em seus sonhos. Agora esses sonhos, esses pesadelos, estavam prestes a ganhar vida. Pelo que ele ouvira mais cedo, Maw mais parecia um monstro horrível e guloso, ávido por engolir sua pequena ilha e cuspir os pedaços."

Agora, Ark terá que correr contra o tempo, já que o ataque está previsto para acontecer em sua tradicional festa da Colheita - ou seja, dali a cinco dias. Com a ajuda de seu colega de trabalho Mucum - que acaba virando um sincero e bravo amigo - e outras pessoas que encontra por sua jornada rumo ao castelo do rei Quercus, Ark terá de empreender uma jornada surpreendente para salvar a si mesmo, sua família, e todo o estilo de vida de um povo, que conseguiu encontrar uma forma de viver em comunhão com a natureza.

Devo confessar que me apaixonei pela capa. Se a foto aqui em cima é bonita, vocês deveriam ver a original que eu tenho em mãos! Simplesmente fabulosa, cheia de detalhes, e que nos fazem entender melhor algumas das passagens do livro, visualizá-las de forma mais concreta - os encanamentos, por exemplo. Fazia muito tempo que não me deparava com uma capa que me encantasse tanto!

A estória em si é leve, muito bem escrita, faz com que a leitura flua, e quando você percebe o livro já está nas últimas páginas. Apesar de ser mais infanto-juvenil, não deixa de ser uma narrativa interessante e encantadora, que emociona mas também nos faz rir em algumas passagens.

Fora que a ideia do povo das árvores me parece claramente conter uma alusão ao esgotamento de nossos recursos naturais, a ambição desmedida do ser humano, que leva a utilização sem consciência e em pouco tempo do que a natureza leva as vezes milhares de anos para criar em seu processo paciente. Ou seja, uma forma de pensarmos a repeito de ecologia e preservação ambiental. Recomendo!

Sheila Schildt
Enviado por Sheila Schildt em 01/08/2013
Código do texto: T4414970
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