Um belo Vale verde

Por Milson Elias.

Logo após um belo vale, há um chalé pitoresco e acolhedor. Aonde há anos frequento com minha família nas férias. Embora faça algum tempo que não vou. Sempre me lembro de passar bons momentos lá. É uma linda propriedade, lembro-me de um riacho nos fundos e de passar bons tempos lá. Uma incrível atmosfera de paz e sossego, coisas impossíveis em uma cidade grande. Percorrendo um quilômetro há uma cidadezinha bem pequena chamada de Vila dos Pescadores, nome curioso, pois não há pescadores por lá. Só estive por lá umas duas vezes, uma com meu irmão quando tínhamos uns doze para treze anos, à outra eu já era um adolescente de dezessete e estava acompanhado de uma namorada de escola. Bem, todas essas lembranças ficaram marcadas em minha memória. Hoje chego mais uma vez ao belo vale, para descansar um pouco e aproveitar bons tempos com minha família.

- Douglas venha me ajudar com as malas!

- estou indo pai!

- venha e me ajude com essa grande, mas rapaz como esta pesada, tua mãe acha que o mundo vai se acabar carregando com tanta coisa.

- coroa deixe de ser molenga! E levante a outra.

- “molenga”!...

Horas depois de tudo arrumado e colocado nos seus devidos lugares resolvemos pensar no que iriamos almoçar. Logo me lembrei da cidadezinha dos pescadores e que havia um ótimo restaurante, restava saber se ainda estava lá.

Chegando à cidade, tudo está mudado, as casas já não são mais as mesmas, a atmosfera era diferente. Um clima frio e distante como se uma névoa tivesse passado e mudado o clima do local. Já não perecia o mesmo de outrora. Enfim encontramos o restaurante, adentramos e parecia um filme de faroeste, quando um homem passa pelas portinhas do saloon e todos param na hora e encaram o sujeito, pois foi assim que nos sentimos quando entramos no restaurante, que por sinal estava lotado. Arrumamos uma mesa nos fundos, nos acomodamos e fizemos o pedido.

Depois de um delicioso almoço pedimos a conta e saímos do restaurante, Cristina minha esposa comentou que não gostou dos olhares das pessoas presente no local.

- você notou como nos olharam querido? De uma forma tão estranha!

- notei, mas não quis dar importância para isso, dai estragar nosso almoço não dá né!

Entramos no carro, dei a partida e repentinamente uma voz rouca nos chama.

- esperem um pouco!

Era um senhor alto com uma aparência distinta.

- vocês estão hospedados no velho chalé não é?

Logo respondi ao homem.

- estamos algum problema senhor...

- Eduardo, me chamo Eduardo.

- certo senhor Eduardo, estamos de férias e resolvi passa-las com minha família no chalé.

- a algo errado?

O senhor Eduardo então nos olha de uma forma estranha, como se quisesse nos falar algo, mas fosse impedido de revelar.

- não, não a problema algum, divirtam-se e tenham um bom descanso.

Parto em direção ao chalé e no caminho conversava sobre o ocorrido, o quão estranho havia sido. Na chegada minha esposa revela que tem uma surpresa para mim e que eu iria adorar.

- o que seria essa surpresa minha linda? Fiquei curioso agora!

- Douglas terá um irmãozinho!

Então eu a abraço e cubro-a de beijos. Ser pai para mim é muito especial é uma sensação única. Logo damos a noticia ao nosso filho Douglas, que vibra com a possibilidade ter um irmãozinho ou irmãzinha.

Anoitece e estamos na sala, é bem grande e confortável, em estilo rustico. Com a lareira acesa começo a imaginar algumas historias para contar, o clima esta propício, então começo a narrativa, quando de repente batem a porta. Aproximo-me pego a maçaneta e quando começo a gira-la para abrir, sou tomado por uma estranha sensação de medo. Resolvo então largar a maçaneta e fico parado em frente à porta. Esperando uma nova batida ou coisa pior, não sei. Apenas fiquei inerte, sem esboçar reação alguma.

Minha esposa perguntando insistentemente oque havia, e eu sem conseguir sequer pronunciar algo. Mas não houve nenhuma outra batida à porta, apenas silêncio.

No dia seguinte havia um grande numero de pessoas em volta do chalé, estranho.

Desço a escada e vou em direção à porta, saio, pois o que me chama a atenção são as pessoas em volta da casa, policiais e outras olhando para a descida que leva em direção ao riacho. Caminho em meio a elas, sem fazer perguntas eu me aproximo da descida, a esta altura minha curiosidade atingira altos índices.

Vejo um carro emborcado e totalmente coberto de lama, então um dos policiais consegue retirar um ocupante de dentro do carro e...

Sou eu!

(Mensagem psicografada pelo médium Eduardo Pereira no dia 13 de dezembro de 1998).

Milson Elias
Enviado por Milson Elias em 09/08/2013
Código do texto: T4426619
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.