Canibal

Ela apareceu do nada naquele pedaço da cidade, ninguém sabia quem era de onde vinha o porquê de estar morando na rua. Pelo simples fato de nunca falar com ninguém, se alguém falasse com ela grunhia feito um animal ferido além de se encolher tremendo muito. Como ninguém sabia seu nome resolveram colocar o nome dela de Corona, porque ela estava sempre fedendo, ninguém nunca a havia limpa, cheirava a carne podre uma coisa horrível de sentir, o nome Corona foi justamente por lembrar de uma marca de chuveiro. Mesmo tendo traços bonitos, parecer ser uma mulher jovem. Ela andava o dia todo de um lado para o outro. Mas nunca pedia esmola, nunca pedia comida, não pedia nada a ninguém nem para eles nem as pessoas que passava pela rua, como também nunca se uniu com nenhum grupo de moradores para ser protegida e proteger durante as noites, porque era assim que eles vivam porque a noite oferece muitos perigos principalmente para aqueles que moram nas ruas. Em certezas ocasião sumia por até uns cincos dias para depois reaparecer, para todos os moradores de rua ela era uma incógnita a ser decifrada.

Com o aparecimento de Corona pelas ruas aconteceu um fato estranho, alguns moradores de rua começaram a desaparecer, eram sempre os homens que desaparecia sem deixar nenhum rastro. Esses desaparecimentos quando passou a marca de dez assustou a todos os moradores de ruas como também a polícia, sempre que um desaparecia a imprensa noticiava cobrando justiça, uma ação mais enérgica para descobrir esses desaparecimentos. Por mais que a polícia investigasse não conseguia descobrir o que estava acontecendo. Até um fato deixou a cidade ainda mais em polvorosa começou aparecer esqueletos sem cabeças jogados por lotes baldios por várias partes da cidade. A polícia também não tinha como identificar os corpos por eles não terem cabeças nem pele para poder tirar impressão digital dos corpos. Com esses acontecimentos o medo tomou conta principalmente dos moradores de rua que passaram a ficar ainda mais vigilantes durantes à noite. Tanto que organizaram para que sempre dois ficasse de guarda por turno enquanto os outros dormiam, mas nem isso adiantou porque homens continuavam sumindo sem explicação.

Esse fato continuou acontecendo até que certo dia uma moça moradora de rua reconheceu com a Corona a camisa que havia ganhado quando saiu pedindo roupas para si pelas casas da cidade. Essa camisa ela deu para um morador de rua por quem estava apaixonada. Estava fazendo três dias que ele havia sumido. Na hora que viu a camisa no corpo de Corona mesmo toda suja e rasgada a reconheceu porque ele estava com a camisa no dia do seu desaparecimento. Na hora pensou será que ele ficou com dó da Corona estar sempre maltrapilha pro isso havia dado a camisa a ela, mas pensou ela não pega nada de ninguém, isso tudo está muito estranho. Resolveu seguir Corona para ver se descobria alguma coisa a respeito do homem que amava. Ficou o dia todo de olhou na Corona, na hora de fazer o turno para dormir pediu para fazer o turno naquela noite, seus amigos tentaram argumentar que na noite anterior ela havia ficado, ela disse que estava sem sono que não ia conseguir dormir mesmo no que eles concordaram. Ficou acordada de olho na Corona que continuava andando por ali perto sempre grunhindo. Até que ela fez silêncio. Mas ela continuou alerta, quando passando umas duas horas vê Corona se levantar, começar a andar em uma direção contraria daquela que sempre andava. Ela chamou uma amiga pedindo para ela ficar em seu lugar porque precisava ver algo mesmo sem entender sua amiga balançou a cabeça concordando.

Saiu na direção que Corona havia tomado, sempre a seguindo até que a viu entrar em espécie de loca, marcou bem o lugar para voltar depois. No outro dia quando viu Corona andando pelas ruas resolveu que era hora de ir até aquela loca. Ao chegar lá deu um tempo para ver se ouvia algum barulho como nada ouviu entrou, quando seus olhos acostumaram com a escuridão do local, levou o maior susto, teve que segurar na parede para não cair, porque suas pernas ficaram bambas, seu corpo todo tremia com a cena que viu lá dentro. Em uma corda amarrada havia varias mantas de carne umas secas, outras ainda pingavam a sangue. Olhou mais profundamente viu um corpo estendido em cima de catre começado a ser retalhado, olhou pensando que conhecia aquele corpo, ao olhar para o outro lado deu um grito de espanto ao ver as cabeças de vários de seus conhecidos expostos ali, inclusive à cabeça do homem que amava. Não sabia se gritava ou chorava por ver aquele horror, não queria acreditar que aquilo pudesse ser verdade, mas ao mesmo tempo sabia que era verdade. Saiu correndo de lá, indo direto para a delegacia onde conhecia o delegado porque já havia falando com ele por ocasião dos primeiros sumiços dos moradores de rua. Entrou chorando pedindo para falar com o delegado, quando os agentes viram os estados daquela mendiga souberam que ela não queria apenas amolar o delegado. A fizeram entrar mais rápido possível na sala dele. Ao entrar ela contou tudo que viu naquela loca. Contou ao delegado onde era, eles foram até lá, ficaram espantados com o que viram, mas resolveram esperar para pegar Corona lá dentro. Porque assim não teria como ela fugir flagrante, passaram o dia de tocaia esperando até que a noite Corona sai em direção a seu esconderijo porque havia sentido fome. Quando entrou, o delegado esperou por uma meia hora, entrando com alguns policiais ao entrar pegou Corona com um pedaço de carne na boca e um grande pedaço em sua mão. Ele deu voz de prisão, foram em direção a ela para algemá-la ela lutou como um animal ferido para não ser algemada.

Ao chegar à delegacia tanto o delegado como vários policiais estava todos rasgados, sujos e feridos devido à luta que travaram para algemar e prender Corona. A levaram para a sala de interrogatório para interrogá-la, mas tudo que ouvi da boca dela eram somente grunhidos nada mais. Isso durou a noite toda e o dia todo também. Na hora do almoço deram um prato de comida a ela que nem olhou, na hora do jantar foi à mesma coisa, isso durou por três dias. Até que um dos agentes disse com a cena que vimos lá naquela loca penso que ela quer é um pedaço de carne humana, mas que tal se desse um pedaço de bife cru para ela, para ver se ela colabora com investigação. O delegado refletiu a respeito, mandou no açougue da esquina e trouxeram um bom pedaço de bife e deram para Corona que o devorou em dois tempos, eles ficaram bobos de vê-la comer, depois ficar olhando para o prato como se ainda quisesse comer mais deram mais carne crua que ela comeu tudo. Neste momento o delegado viu que ela era louca, mas recomeçou o interrogatório pensando que não teria sucesso dizendo Corona vamos recomeçar.

Mas para sua surpresa Corona teve um momento de lucidez e respondeu meu nome não é Corona e sim Anita, vou contar minha história. Estava certa noite de sábado em uma danceteria quando conheci um rapaz muito bonito, muito atencioso que soube como ganhar minha confiança e meu coração, dançamos juntos várias músicas até que ele me disse vamos sair daqui para conversamos melhor aqui esta muito barulhento. No que logo concordei, saímos e fomos em direção ao carro dele, só que em determinado ponto ele parou o carro, dois outros rapazes entraram fiquei assustada, ele me acalmou dizendo que era amigo dele que tudo iria dar certos que estava apenas dando uma carona para dois amigos. Só que eles rodaram quando a cidade foi ficando para trás comecei a entrar em pânico mais já era muito tarde. Eles me levaram para uma cabana que mais parecia uma fortaleza no meio da nada lá vivi todo tipo de horror, fui estuprada várias vezes seguidas naquela noite e nas noites que seguiram por mais de dois anos. Eles me dava comida, quando sentia fome eles me dava um pedaço de carne crua para comer, porque era o que eles comiam. Ainda me disseram que tinha muita sorte por não me matar para poder comer minha carne. Quando fez nove meses que estava presa, nasceu meu primeiro filhos. Eles pegaram à criança a mataram comeu parte sua carne me dando a carne do meu filho para eu comer também. Tive um desmaio quando fizeram isso, comigo, Me deixaram com fome até que comesse, neste dia perdi toda a noção da vida, do que era certo ou errado, foi aqui que aprendi a comer carne humana. Depois deste dia eles só me alimentava com carne humana. Engravidei por mais duas vezes, eles fizeram o mesmo com esses filhos, já não mais me importava, meu coração já havia petrificado não sentia mais nada porque nada mais afetava minha mente. Isso durou até o dia que fugiu deles. Por um descuido eles deixaram à porta aberta enquanto matava uma mulher para comer. Quando vi que a porta estava aberta sai enfiando-me no meio do mato, andei por vários dias comi bichos que achei morto pelo caminho porque já não sentia mais vontade de comer comida normal. Até que sai em uma estrada pela qual andei até chegar a esta cidade. Ao chegar aqui, achei de cara aquela casa em que estava, vi que era um bom esconderijo, sai pelas ruas à cata de alguém para matar e comer. Ao andar pela cidade logo um homem chegou conversando comigo querendo algo mais, deixe ele pensar que também queria o mesmo o trai para o esconderijo e o matei , comi até minha fome passar, só não matei crianças e mulheres porque elas nunca fizeram nada comigo. O Delegado pergunta o nome da cidade que morava antes ela disse e ainda descreveu como os rapazes eram e como chegar até a cabana. Quando acabou de falar seus olhos vidram novamente voltando a grunhir o delegado viu que sua loucura havia voltando que não iria arrancar nenhuma palavra mais dela.

A primeira coisa que fez ao chegar a sua sala foi telefonar para o secretario de segurança publica relatar tudo que estava acontecendo, disse que queria ir até aquela cidade para prender aqueles monstros, como queria por enquanto a imprensa fora disto para não assustar os canibais. Ele e sua equipe os prenderam na cabana que Anita havia descrito, ao chegar os pegaram retalhando um corpo. Foram presos julgados, levado ao presídio de segurança máxima, foram mortos pelos presos com requinte de crueldade assim como eles faziam com suas vitimas. Corona foi levada para um hospital psiquiátrico, isolada em uma cela sem contato com os outros internos para que eles não fossem mortos por ela. A cada dois dias a cela dela era limpa da seguinte forma alguns enfermeiros entravam a segurava outro aplicava uma injeção de calmante bem forte nela a colocava em uma camisa de força a aprendia para que se por acaso acordasse antes da cela estar limpa não escapar. Porque ela gritava sempre que queria comer carne humana aquela carne não matava sua fome, dizendo aqui esta cheirando a carne fresca por todos os lados.

Lucimar Alves

Lucimar Alves
Enviado por Lucimar Alves em 26/02/2014
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