O ABUTRE

Eu sou a ameba Que coroe seu cerebelo, Sou seu câncer Seu signo da sorte, Sou o átomo Que dividi seu intimo intestino, Sou a palavra que te fez padecer. Eu pedi a morte Ao patrão do mundo, Mas ele me negou aumento. Pularei os designo Da penha, Aonde mora meu abutre, ele tem penacho vermelho para me acariciar Cortei meus poros Mas o sangue Não jorrou (coalhado estava) Pulei ate o seu abismo Para colher uma rosa de plástico Que você colocou em meu peito Aberto. Não tenho vontade De sair, Estou a espera De um rabecão Para me dar uma carona a Ate o pólo ártico artificial. Eu pude ver pessoas a procura de aventuras, durante a madrugada Que me procuravam Pensei que estavam na praça Enganei-me vi apenas agitadores. Pensei que estavam entre mesas De bares, mas não estavam. Não me vi sentado junto a tantos que se procuravam e não se achavam tristeza sorria, alegria chorava, Voltei para casa E vi meus filhos dormindo, Foi ai que me achei Por isso chorei o restante da madrugada. Estive vagando por tantas ruas, E em cada esquina ficava Um pedaço de minha alma, Haviam pessoas como eu Deixando almas inteiras sobre os trilhos do metro e Nas encruzilhadas. A gente olhava o céu E não conseguíamos ver Um brilho. Mas elas estão lá Derramando suas lagrimas Por cada átomo das alma dos boêmios. Homens que vão perdendo A cada passo na trilha Dos corpos perdidos e quebrado em cada copo que caem das mesas. Idéias De frustração De nossos. pesadelos, força oh noite. o mundo tem muita gente, e Pessoas. Não sei Neste mundo, Mas sei o que esta comigo Seus olhos. Me chama, ao longe Pensam em Deus não sei Perdoar Meus Enigmas. vidas que acordam na cama ou no chão. A janela, Sorri e vê como ele é azul! Poderia ser amarela, Verde ou negra, Mas é azul todo azul Olhe os pássaros! Um garoto contempla com um Bodoque na mão o papagaio verde de papel crepom Ele cantará sempre. Estou com sua dor e gemerá ainda mais, Eu não sei Apenas sigo seu vôo rasante. Eu, serei seu cerebelo, Seu signo, Que te bate a porta como átomo intimo palavra que Perdi, o padrão que liga o mundo, ele, você e seu designo de abutre.