O PM Fantasma

O golpe veio repentinamente e atingiu a cabeça de Josh com força suficiente para arremessa-lo ao chão. Bastante tonto, com a mão direita junto ao ouvido, olhos cerrados, ele olhava para a direção de onde tinha saído aquela pancada. Ergueu-se cambaleando, buscando firmeza nas pernas, que tremiam. Um pouco ao lado jazia a sua namorada, Sandra, jogada ao chão, com a boca sangrando e vários hematomas pelo corpo, marcas dos golpes que havia levado de Josh, seu namorado. Minutos antes ele estacionou o carro onde estavam, no canto escuro daquela rua deserta, tare da noite, tudo muito escuro, junto a um grande terreno baldio. Discutia freneticamente com Sandra que saiu correndo do carro, mas foi alcançada pelo namorado que passou a agredi-la ininterruptamente.

Quando ele ia dar mais chute em Sandra que jazia caída, levou o golpe cuja origem desconhecia. Josh não sabia sobre a lenda local, de que há alguns anos um policial milita havia sido morto por um grupo de jovens privilegiados da cidade, usuários e traficantes de drogas, com grande proteção de famílias poderosas, e, desde então, a sua alma penada vaga pelas ruas das redondezas, buscando cumprir o trabalho pelo qual dedicou 30 anos de sua vida, até ser morto, aos 50 anos. Por não saber a sua identidade ao certo, chamavam-no apenas de o PM Fantasma.

Sem entender nada, Josh observava. Até que veio outro golpe, e mais outro e outro. Sangrando, jogado ao chão, ele abriu os olhos, trêmulo. À sua frente, de pé, medindo aproximadamente 1,80, com aspecto de quem está acima do peso, barriga saliente, estava o PM. Usava o uniforme de soldado e segurava o cacete com a mão direita. Tinha pele negra e um grosso bigode no rosto, o que acentuava a expressão severa. Dominado pelo pânico Josh perguntou ao fantasma quem ele era. Sem resposta, ergueu-se à muita custa e tentou fugir, mas levou mais um golpe, depois outro. Foi constantemente agredido enquanto gritava para que parasse.

Presenciando a cena, mas sem saber direito quem era aquela figura, Sandra fugiu. Jamais sairia de sua mente a imagem fantasmagórica do policial golpeando o Josh.

Na manhã seguinte o jovem foi encontrado jogado ao chão, sangrando, inconsciente, alguns ossos quebrados, mas ainda com vida. Foi socorrido e levado para o hospital, onde, ao receber tratamento e permaneceu algumas semanas internado, deixou o local e buscou ajuda psiquiátrica. No começo, achavam que estava sob efeito de psicotrópicos, mas ficou mais difícil duvidar quando Sandra corroborou a sua história.

Algumas noites depois uma jovem que voltava da universidade foi acuada por um assaltante, que lhe apontava uma faca e ordenava que lhe entregasse a bolsa. Quando ia receber os pertences da sua vítima, um golpe o abateu...

*Aermo Wolf