O santuário

Numa cidade próximo as montanhas geladas, localizado no Oriente Médio, existia um templo sagrado e misterioso, onde as pessoas depositavam seus sonhos e frustrações naquele santuário sinistro, repleto de pedras preciosas e imagens de anjos, armados com lanças, protegendo a figura de um cálice de bronze no centro do altar. O local era muito respeitado por todos, fazendo com que entrassem descalço no chão frio, porém, um dia, quando um senhor orava no interior do templo, se depara com um animal sacrificado em cima da mesa, ensopado de sangue, escorrendo nos azulejos escuros. O sacrifício da vida era a única regra proibida, assim, sujando o lugar com sangue, o santuário, tornara-se maldito por toda a eternidade, e quando a lua cheia traçava as nuvens negras, uma terrível maldição cobria as sombras do templo. A mulher que tinha sacrificado o animal em sinal de agradecimento, quebrando uma regra sagrada, assusta-se ao ver almas perdidas cercando o lugar maldito, pertubados por um passado sem razão. O sol jamais despertaria novamente, pois as trevas tomaram conta de toda a humanidade, destruindo qualquer crença divina que leve a salvação. Apavorada com a situação, ela invade o templo e se depara com as imagens de espíritos condenados, ardendo nas chamas do inferno, gritando intensamente, onde os anjos demoníacos ficavam em torno desses malignos, armados com lanças de ferro, aquecidas nas brasas, prontos para castigar qualquer ser humano que se atrever a tocar no cálice de bronze. Inexplicavelmente, a jovem Mary é arrancada do santuário por uma energia sobrenatural, que nem os anjos conseguiram decifrar, era simplesmente assustador. Milhares de demônios e almas das trevas, saíram do templo em busca de novos espíritos, formando uma enorme sombra sobre o mundo do abismo profundo. Mary observa escondida, pessoas tendo suas almas roubadas pelos estridentes afiados dos anjos sinistros, naquele momento de pavor, ela acreditava na existência do mal e no desaparecimento do amor. Lembrou-se do motivo do pesadelo, havia sacrificado um gato preto em sinal de agredecimento ao santuário por ter curado seu filho de uma doença grave, porém isso já não importava, pois seu filho estava na mansão dos mortos, preso por toda a eternidade do medo. O gato satânico aparece na sua frente com o corpo desfigurado pela magia-negra, soltando um meado seco e sem vida, cuja aparência era indescritível de tão terrível que era. A jovem descobre um terço sagrado no bolso da jaqueta e isso era um sinal de esperança, fazendo segurar o objeto com muita firmeza, e acaba sangrando em suas mãos, seu poder de fé era muito grande, caminhou em direção ao lugar proibido e invadiu o templo maldito, avistando a cena dos anjos espetando as almas condenadas com os estridentes, sob um calor insuportável do inferno, que jamais se apagaria. Ela olha para trás e avista pessoas correndo em direção ao santuário em busca de refúgio, no entanto a porta se fecha misteriosamente, trancando Mary no templo junto com os anjos e as almas perdidas, percebendo que o local transformara-se na mansão dos mortos. Avistou o cálice de bronze e quando se aproximava do altar, um anjo encrava a lança de ferro no coração da jovem, retirando sangue humano de suas veias, jorrando sobre o chão quente. A visão embaçava, sinal de muita fraqueza, já não ouvia nenhum som de gritos, mesmo naquele estado arrastava-se até o altar e alcança o cálice proibido, e bebe o sangue de Cristo que ali estava, que os demônios mais temiam de acontecer. Uma forte luz branca e divina, ilumina o mundo inteiro, exterminando todo o mal sobre a face da terra, trazendo a paz eterna para o planeta, porém um ser humano foi sacrificado para a salvação da humanidade e a história se repete novamente, como ocorreu com Cristo...
Alexandre S Nascimento
Enviado por Alexandre S Nascimento em 23/05/2007
Reeditado em 27/09/2016
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