OLHEIRAS MORENAS E FRIAS - parte II

Continuando...

Eleanor, começava a ficar preocupada, noite escura, estrada vazia, e Denis não retornava, ao longe ouviu uma espécie de assovio, um uivo talvez, fechou as janelas do carro e começou a temer por Denis. e se fosse um lobo!

Aos poucos, percebeu que era mesmo um assovio, cada vez mais alto, e então, ouviu seu próprio nome, Denis estava chamando por ela. Cuidadosamente, Eleanor foi saíndo do carro e se aproximando mais do chamado insistente, logo ouviu mais nitídamente Denis pedindo ajuda, dizendo que havia prendido o pé numa armadilha para animais, no mato que crescia alto, por toda a extensão daquela estrada, perdida no nada, no seu amado Texas. Solícita, caridosa e generosamente, ela correu para auxiliá-lo.

Mal se aproximara, por detrás do matagal, foi surpreendida, por mãos frias e fortes que rapidamente a agarraram e passaram algo em seu lábios, um tanto ácido que quase de imediato, selou seus lábios, ela se debatia desesperadamente, seus olhos grandes se esbugalhavam em total terror, e Denis apenas a prendia em seus braços brutalmente, mantendo no rosto pálido, lindo e de olheiras morenas e frias, um sorriso mórbido, sádico, fixo, sem alma.

Eleanor, era uma jovem alta, magra embora menos frágil, do que parecia, tinha bastante força em seus braços e pernas, sempre batalhara por seus espaços na vida, sozinha, então, lutava com todas as forças que lhe restavam, clamando aos céus por ajuda, mas, suas forças não eram páreo, para um homem daquele porte.

Derrepente, sentiu um dor lacinante e seu braço direito, num  rápido lanho de punhal, parte de sua pele foi arrancada e subiu através daquelas mãos frias, direto para os lábios de Denis, que saboreu com prazer, vagarosamente, sempre olhando Eleanor diretamente nos olhos, ela sentiu-se quase desfalecer, nesse instante insano, viu sua vida passar por sua mente aterrorizada, como num passe de mágica, sem encanto ou fantasia,  sem chance de um final feliz, vislumbou apavorada, seu nefasto e doloroso calvário.

Continua...


Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 18 de abril de 2015.


 
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 18/04/2015
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