Legião Parte IV

Capítulo IV

{Agressores}

Os agressores eram compostos de pessoas que tinham por hábito o espancamento. De forma geral pertenciam a grupos praticantes de artes marciais. Acostumados a enfrentamentos durante festas e eventos em geral com grande aglutinação de pessoas. Treinavam em academias, reforçavam o treino em casa e nas ruas aplicavam a sua brutalidade. Tyson era uma dessas personagens. Tinha uma namorada que também gostava de espancar pessoas e muitas vezes servia de isca para atrair vítimas com sua sedução. O nome do agressor fora dado pelo pai devido a admiração pelo famoso pugilista. Ao amadurecer também passou a se interessar pelo fenômeno do boxe. Apesar de ter aprendido outros estilos de luta, gostava de arrebentar seus adversários com os próprios punhos, fazendo com que suas falanges ficassem calejadas, com as articulações grossas de tanto esmurrar. Algumas vezes praticava em paredes, inclusive as de chapisco.

Em um episódio que ficou conhecido como Street Fighter, fora encurralado por cinco tipos, não apenas acabou com todos, mas deixara dois em coma e um morto. Os golpes arrancaram dentes, fizeram um ter uma concussão, já que seu soco fizera o sujeito perder os sentidos e cair de cabeça ao encontro do meio-fio. O que matara, havia feito a posição de montada e socado o crânio da vítima até esfacelar os ossos da face, causando morte cerebral ali mesmo. Ao se levantar, as mãos feridas de tanto ter socado e o rosto com sangue espirrado. Os olhos brilhavam quando socava e deixava fluir para os punhos toda a sua raiva. Sua família sempre teve boas condições financeiras e as confusões em que se metia fazia com que as pessoas próximas buscasse respostas para esse comportamento, além de arcarem com despesas jurídicas frequentemente.

Na Legião, Tyson ficava muito ansioso a cada investida. Sumiram os processos por agressão e isso o fazia ganhar prestígio entre seus familiares, já que aparentemente conseguira um bom emprego e não mais se metia em confusões. Sua namorada, Jessy, também passara a fazer parte desse grupo. Quando estiveram resolvendo algumas pendências na Costa Rica, Tyson se entusiasmou ao utilizar pela primeira vez o soco inglês que recebera de presente. A potência do seu soco associado ao instrumento era algo brutal. Chegou a se ferir em algumas ocasiões, por não desejar utilizar armas de fogo ou algo do tipo, o que fez com que fosse alvejado à distância e precisasse de cobertura até o atirador. Infeliz destino para o sniper, que acabou tendo a caixa craniana aberta a pancadas. Para se distrair, costumava socar um saco de areia com as luvas acolchoadas. Algumas vezes socava o saco de areia sem luvas, abrindo fissuras no seu objeto de treino e sendo obrigado a substituí-lo.

Foi na Jamaica, que após invadir o reduto de um grupo de criminosos perseguido pela Legião, acabou testando algo que havia visto no filme Kikiboxer – O Desafio do Dragão, com Jean-Claude Van Damme, onde os lutares enfaixavam as mãos e passavam uma espécie de cola e depois mergulhavam os punhos e vidro quebrado. Procurou fazer algo parecido e ao socar com os seus adversário com cacos de vidro nos punhos, dilacerava-os. Também utilizou outros objetos futuramente para ao socar causar ainda mais danos. Aprendera uma técnica de deslocar o polegar para se soltar de amarrações e algemas. Jessy também tinha bons socos, emborra gostasse mais de utilizar os pés. Tinha chutes mortais, joelhadas potentes, muitas vezes desferidas contra os testículos de oponentes descuidados. Eram considerados uma espécie de Bonnie and Clyde da Legião.

“Por detrás da Alegria e do Riso, pode haver uma natureza vulgar, dura e insensível.

Mas, por detrás do Sofrimento, há sempre Sofrimento.

Ao contrário do Prazer , a Dor não tem máscara.”

(Oscar Wilde)

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 04/07/2015
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