HEMORRAGIA "Guerra"

A noite começa vencer o dia. O dia foi chuvoso, cinzento. O líder da resistência humana contra os noturnos se reúne com seus homens. Alguns armados com crucifixos e outros com armas de bala de prata. Será o ultimo depois de alguns longos anos de agônia. Anos sem poder sair à noite com tranqüilidade. Anos sofrendo com essa casta maldita de sugadores de sangue. Hoje os humanos resolveram dar fim a todo esse sofrimento. Venâncio fala com veemência com seus liderados e pede atitude e gana.

- Só assim sairemos vencedores!

Já em seus veículos, os homens deixam a base para irem de encontro aos demônios da noite. Alguns deles rezam pedindo proteção aos céus por suas vidas. Outros vibram declarando vitória antes o tempo. O condutor do carro de Venâncio pilota com se fosse um fugitivo.

No aguardo do combate estão os malignos vampiros com seus dentes pontiagudos. Dessa vez não haverá misericórdia e nem compaixão, se é que um dia houve. Hoje será diferente, o ultimo combate, a ultima guerra, será forte demais. Já é possível ouvir o barulho dos motores se aproximando ensurdecedores. O sangue vai jorrar.

Da arma de Venâncio é disparada a primeira de muitas balas de prata acertando o demônio na cabeça. O corpo cai e se transforma em cinzas incandescentes. Os homens vibram.

- O primeiro já foi pro saco.

Em seguida uma revoada tem inicio. Como pássaros cobrindo o céu, os vampiros contra atacam os humanos. Logo o confronto se mostra violento e sem controle. Um dos guerreiros de Venâncio tem o braço mordido quase decepado. Gritando horrores o homem cai do carro segurando o que restou de seu membro superior. Um deles com uma facão banhado de prata atinge o noturno no alto do crânio espalhando massa por todo lado. Dois vampiros devoram um senhor que mesmo com suas carnes na boca dos malditos, ainda tenta lutar, porém a dor é maior e ele se entrega.

Um sujeito negro mal encarado possuindo uma foice também banhada na prata, usa de sua habilidade cortando dois vampiros com um só golpe. Outros dois noturnos se aproximam. O negro gira o corpo e decepa a cabeça de um deles. O outro ele soca a cara quebrando lhe o nariz e em seguida crava a foice em seu tórax.

As armas disparam sem parar derrubando dezenas de uma só vez. Claro que a baixa humana é significativa, mas a diabólica é maior. Cortes profundos, mordidas mortais, golpes violentos na cabeça e muita gritaria. Observando com cuidado é possível ver um garoto cravando descontroladamente sua lança improvisada varias vezes num maldito já em cinzas. O ódio rege sua vida.

Venâncio briga feio com um vampiro magrelo cheio de veias negras no rosto fino. O bicho por varias vezes tentou sugá-lo. Venâncio o acertou bem no queixo deslocando seu maxilar. O vampiro gritou ao sentir a força do golpe. Logo o líder sacou sua arma e atirou no olho do verme que caiu em espasmos. Enquanto partia para o próximo embate, Venâncio foi surpreendido por um ser alto, forte que tinha chamas nos olhos, quem seria ele? O soco no rosto do chefe foi tão intenso que foi possível ouvir o estalido do osso. Venâncio cai segurando o rosto inchado. O gancho o faz girar e cair novamente. O sangue escorre do nariz e boca do líder que sente uma forte dor na cabeça. Um, dois, três, quatro socos fortíssimos e os olhos do homem começam a ficar turvos. Venâncio está fora de combate não falando coisa com coisa. Vendo seu oponente se aproximar para finalizá-lo ele ora entregando sua vida nas mãos de Deus. o ser o puxa pelos cabelos e o ergue até ficar cara a cara.

- Nem Deus te livrará da morte. – a voz do bicho é pastosa e grave.

O bicho vai socando, socando até não existir mais rosto. O corpo do chefe é deixado no chão. Como era previsto os humanos foram perdendo as forças. Devorados até os ossos, os homens perdem a guerra para os vampiros. Os que restaram foram levados cativos. Certamente vão se tornar vampiros como eles. Teria a humanidade alguma chance?

Esse foi o ultimo capítulo da série HEMORRAGIA. Obrigado a cada um que acompanhou. Um forte abraço do Júlio Fínegan. Visite o site www.juliofinegan.com.br

Júlio Finegan
Enviado por Júlio Finegan em 21/08/2015
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