Cripta Motel

Sob a luz do luar línguas serpenteiam

Nas bocas devassas de duas gueixas

Deitadas no jazigo de cimento estéril

Sobre a cama do morto, sem queixas

Assobia soturna uma coruja insólita

Gorando o sangue fresco dos corpos

Quente é o desejo do cadáver frio

Vivos, os vermes vagantes nos mortos

Uivam e dançam as lobas da noite

Mãos insurgem na fofa terra

O gozo suor escapa das fontes

O solo se abre feito uma fera

O menino morto começa a subir

Os gritos despertam o perpétuo

Cruzes, covas e mortos-vivos

Riscos de um sexo no cemitério

Sidney Muniz
Enviado por Sidney Muniz em 25/09/2015
Reeditado em 25/09/2015
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