O rapaz da praia

Era aproximadamente meio dia de um calor infernal, beirando aos quarenta graus.

Apesar do dia nublado, minha pele ardia e então procurei a sombra amigável de uma árvore próxima a uma das passagens que davam naquela praia.

- Isto, agora, lembra e me chama a atenção: Meio dia, meia noite, seis da tarde, ou da manhã. Agora penso: Será algo cabalístico?

- Não sei! Só sei que ali fiquei. Até que não sei o porquê uma imagem me chamou atenção, sem nenhuma explicação.

Era um jovem moreno, alto, atlético, aparentando ser um surfista de vinte e poucos anos.

E algo em seu olhar tocou-me, parecia destoar daquele cenário. Talvez ele estivesse com um frio. De alma. Quem sabe?

Ele foi direto para o mar e em seguida formou-se um grupo de banhistas apontando e gritando em uma direção.

A direção era do local onde o surfista, sem prancha entrara e agora debatia-se... Até que o arrastaram para perto de mim que agora buscava aquele olhar enigmático e não o achava.

Tentei massagear seus pés, enquanto um banhista massageava seu coração e fazia respiração boca a boca, por longos minutos. Até que veio uma ambulância e levou o corpo já sem vida.

Fiquei pensativa, perplexa, sem compreender aquele olhar turvo de despedida, que ele me dera.

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 09/12/2015
Reeditado em 09/12/2015
Código do texto: T5474952
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.