AMOR-MORTE-RESSURREIÇÃO-MISTÉRIO

AMOR, MORTE, RESSUREIÇÃO, MISTÉRIO.

Dedicado ao amor, que a tudo supera, mesmo o mal e a morte, pois somos todos etenos.

AMOR

Lombroso amava realmente Lucia. E ela o amava acima da morte. Viviam movidos por um sentimento que transformavam apenas em sintonia, como se tudo que eles vivessem fosse eterno. Mas os presságios não eram bons. A morte os espreitava. Eles pensavam com o coração, o amor é isso. A mente, a inteligência? São embustes. Mera defesa para deturpar e dissipar a voz que soa no peito. Pois é esta que faz caminhos, é esta que faz amor, pois é amor. Lombroso e Lucia são diferentes, acreditam apenas no amor, nunca na morte, por isso deixam seus corações gritarem. Só que Lombroso morreu... a morte o levou...

MORTE

O corpo de Lombroso foi engolido pelo pântano limoso e deletério. E Lucia chora e clama pela volta do amado. Nem o corpo encontrou. O amor era tão profundo que ele também a chamava, onde quer que ele esteja. Um dia fora a mor e ainda o é, mas a morte, inexorável, destrói sonhos, destrói amor, destrói tudo, era o que ela pensava. A voz do amado não parava de suplicar para eles se juntarem novamente, mas confundida e consternada ela não entendia o chamado. Lucia então, tão furiosa com a morte quis lhe fazer vingança e não apenas isso. Queria trazer seu amado de volta a vida, assim se vingaria da morte. Foi ao pântano com as palavras sabias de necromancia, a fé, a amor e a vingança.

RESSURREIÇÃO

Vento frio. Espíritos fantasmagóricos para verem o fenômeno da evocação. O forte vento surrava a copa das arvores e também o rosto de Lucia para que ela não o fizesse e para levar a voz dele para longe. Mas o amor era profundo e ele a chamava. Os dois queriam se beijar, queriam se amar, queriam fazer sexo. Era nisso que ela pensava. Ele is ser o Lazaro, sim seria, sim. A voz dela que recitava a conjuração era retumbante e trovejante. Até os espíritos que a observava ficaram com medo, pois ela estava mexendo com a Morte, e a vontade desta deve ser respeitada. Relâmpagos rasgavam o céu, mas não havia nuvens e os trovoes eram a voz invocativa de Lucia. O lamaçal se revolveu como verme, as almas se assustaram com o que saiu dali do maio do pântano

MISTÉRIO

Lombroso em estado pútrido sussurrava: “Lucia?” Mesmo ela tem um calafrio tenebroso, o sangue brota de sua boca, nariz, ouvida e olhos e o arrependimento no coração. A morte deve mesmo ser respeitada. Não foi como Lazaro. O corpo dele, nu, estava carcomido pelos vermes e pelo barro. A criatura tentava esboçar um sorriso, mas isto o tornava mais medonho. Em Lucia todo o amor se revertia em repulsa. Ele queria amá-la, possuí-la. Lucia estava estática pelo medo, pela falha. Não ouviu seu coração. E a criatura se aproximava. Os espíritos fugiram. Lazaro voltou como homem, mas Lombroso voltou como mostro. A criatura a ama e a chama. Lucia imóvel só percebeu que a mão dele, mescla de lama e podridão apertava a sua e a ia levando ao fundo misteriosos do pântano onde a morte se vingaria dela. Lombroso sorriu naquela maneira estranha, medonha, semi-desfeita e disse:

- Venha para mim meu amor. Vamos fazer sexo... Eu te amo.

Dirigiram-se para o fundo do pântano, pois uma voz os chamava e não era a de seus corações. Era a voz da morte.

lord edu
Enviado por lord edu em 02/07/2007
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