PSICO-TERROR

Hoje é um dia especial para mim,decidi me aposentar aos 67 anos de idade,após trabalhar como jornalista longos anos.Com o passar do tempo adquiri muitas ações do jornal e me tornei um dos diretores.Cresci num orfanato,fui motorista de taxi e consegui me formar em jornalismo.Nunca me casei,família e filhos não era coisa para mim,eu preferia viajar pelo mundo.Uma viajem de luxo,uma jóia de presente e eu tinha todas as belas mulheres que queria,assim é o mundo.Revirando nas imobiliárias finalmente encontrei uma casa como eu buscava,era uma vila antiga com um grande parque.Ela estava a venda há 8 anos e com preço abaixo do mercado,o melhor era num lugarejo pacato 8ookm da cidade movimentada onde moro num apartamento de luxo num bairro central.Eu queria passar em paz o tempo de vida que me resta,mas ainda continuaria escrever meus artigos no jornal.No final de semana me mudei para lá.Algumas restaurações eram necessárias e contratei uma fábricaA fonte do jardim estava danificada.Havia uma grande estátua de Netuno donde jorrava água e muitas árvores frutíferas no grande parque.Ao retirar o tecido que cobria os móveis vendidos junto com a casa,eu percebi que o proprietário não tinha a menor idéia daquelas relíquias.Eles deviam valer uma fortuna.Na parte de cima havia 3 quartos,um wc

embaixo ficava a cozinha e a sala de estar e uma longa halle.O lugar me agradava. O pequeno vilarejo parecia ter ficado parado no tempo,só havia uma padaria e os moradores eram pessoas de idade,que me evitavam ou melhor me ignoravam.Coloquei um anúncio pedindo uma governanta para os afazeres domésticos,apesar de oferecer um bom salário,não aparecia ninguém.Naquele lugarejo ninguém precisava trabalhar? A noite dormi mal,pois uma árvore do jardim raspava com seus galhos na janela.Eu iria mandar cortá-la.

A fábrica enviou um arquiteto e alguns ajudantes e teve início os concertos.Quando a árvore foi cortada senti um estranho alivio ao ver tombar no chão.Eu estava arrumando as coisas quando o arquiteto me chamou.A estátua de Netuno na fonte havia se quebrado uma das mãos

e deixava a mostra um esqueleto.Eu mandei quebrar toda a estátua.Dentro dela havia um esqueleto humano completo,e liguei para a polícia do local.Ao menos um distrito policial havia ali naquele lugar morto onde a civilização não havia chegado.O cadáver foi retirado e levado para autopsia e iriam me comunicar os resultados.Era o corpo dum homem morto há cerca de 35 anos,foi assassinado por alguém,e tiveram a idéia makabra de colocar dentro da estátua.

Fazia uma semana que eu morava ali,tudo parecial normal.De noite costumava ouvir vozes que conversavam entre si,deveriam ser os vizinhos.Depois percebi que as suas conversas eram queixas,assim como:Estamos todos em perigo,os soldados estão chegando.Mulheres e crianças que choravam,zunido de sirenas e tiros de armas de fogo.Eu pensei que estava ficando caduco por minha idade,mas as vozes continuavam cada vez mais.Fui arrumar o sótão,pretendia montar um escritório para escrever meus artigos.Havia muitas caixas com objetos deixados pelo últimos moradores e fui abrir algumas.Numa delas havia quadros antigos e ridículos.Retratos de casas em ruínas,bombardeios.Uma série de quadros horríveis onde apareciam pessoas mutiladas,mulheres com crianças deformadas,aleijados ,despedaçados e muitos mortos.O autor daquele quadros deveria ser um renomado débil mental mesmo para pintar aquilo. Uma das paredes era mal rebocada e havia uma porta escondida coberta por uma estante.Lá tinha um velho guarda-roupa e tive que arromabar pois estava trancado.Havia uniformes de um general da guerra,algumas medalhas e um grande portrait dum homem.Ele vestia o uniforme com o emblema nazista dois ss cruzados e na mão direita um anel.Seu rosto era indecifrável,ele olhava o vazio.Era um quadro negativo como os outros.Eu iria levar ao museu estadual na cidade no leilão,talvez algum idiota comprasse aquelas porcarias de mau gosto.

Eu estava dormindo profundamente,quando acordei com um barulho no quarto e acendi a luz ao lado da cama e me sentei.Corriam ratos por todos lados pelo recinto,e olhei para baixo.Meu pé estava embebido numa poça de sangue e os ratos haviam comido uma parte do meu pé.

Me levantei para ir ao banheiro buscar uma toalha e quando abri a porta,na banheira havia uma mulher.Eu disse:Quem lhe deu licença para entrar aqui? Ela respondeu dentro da água:Eu sou paraplégica e não posso andar,pode me ajudar? Eu respondi:Vou buscar uma cadeira.Quando voltei ao banheiro não havia ninguém e a banheira estava seca.Olhei para meu pé.Ele estava intacto e não havia rato nenhum por lá.Eu tive uma visão,estava mesmo ficando caduco,mas não dormi mais a noite toda,eu teria que procurar um psiquiatra.

- Continua no próximo capítulo

NACHTIGALL
Enviado por NACHTIGALL em 28/03/2016
Reeditado em 28/03/2016
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