Vermelho

ERMELHO

Dois toques na porta e a pessoa atende com olhar desconfiado. Me apresento como agente de saúde no combate a dengue. Ela me convida para entrar. O sol é forte e não há brisa. Aos poucos vou sendo levado para o interior da singela casa. A mulher até que é bonita, seu rosto lembra uma atriz que esqueci o nome no momento. Ela me mostrou os ralos, o pequeno jardim e o único banheiro da casa. Vez por outra trocamos olhares, nada além disso. Enquanto ela digita algo e fala sozinha ao notebook, continuo jogando o produto. Cassia, esse é o nome dela. Ela se dirige ao quarto, decido segui-la. Sem notar a minha presença ela começa a se despir exibindo suas coxas roliças e seios pequenos. Ao me ver, Cassia solta um curto e agudo grito.

- Saia daqui! - vocifera.

- Me desculpe, eu só não resisti ao seu charme.

Tal declaração fez com que Cassia se desarmesse.

- Tudo bem, mas, invadir o quarto de uma mulher solteira já é um pouco demais você não acha?

- Você está certa, fui um babaca fazendo isso. O que posso fazer para me redimir?

Ela me olha por alguns instantes e diz.

- Que tal terminar seu trabalho?

- Tudo bem, mas só depois de aceitar meu convite para jantar.

Cassia sorriu. Coçou os cabelos curtos e vermelhos e depois fez sinal de "ok".

Terminei meu serviço. Trocamos telefone. Deixei a casa de Cassia satisfeito. Dei graças a Deus por ser sexta feira.

No Sábado lá estava eu esperando Cassia no restaurante combinado via whatsapp. Ela apareceu meia hora depois do horário acertado. Ela estava radiante. Pouca maquiagem e um vestido preto curto que valorizava suas pernas.

- Me desculpe o atraso, transito.

- Imaginei!

- Já fez o pedido?

- Ainda não, mas ouvi dizer que a massa daqui é ótima.

Puxei a cadeira para ela se sentar. Conversamos sobre tudo, família, faculdade, relacionamento entre outras coisas. Eu resolvi ir direto ao assunto quando o pedido chegou.

- Gostei de você logo de cara. - falei a fuzilando com meus olhos negros.

- Sério?

- Sério, você não sabe, mas estou de olho em você a dias.

Cassia estava gostado da conversa, dava para ver em seus olhos. Ela sorria exibindo uma pedrinha no canino superior. Segurei em sua mão que estava gelada. Me declarei. Me lancei. Hesitante ela me beijou. Segurei em seu rosto pequeno e senti seu gosto.

Saimos do restaurante e a levei para um lugar onde era possível ver toda cidade. A noite era quente e a cidade estava iluminadíssima. Cassia adorou. Me abraçou, me beijou e aceitou numa boa quando apalpei sua bunda. Ela se afastou e abriu os braços e falou que desejaria voar. Me aproximei. Ela deu as costas para mim ainda com os braços abertos. Cassia encostou a bunda no meu volume.

- Queria tanto voar!

- Então voe!

Empurrei Cassia penhasco abaixo. Demorou um pouco até eu ouvir o barulho surdo de seu corpo nas pedras. Saquei o celular e liguei para Emerson.

- Serviço feito!

- Tem certeza?

- Sim, sua ex mulher já faz parte do passado. Preciso que deposite a outra parte do acordo.

- Estou fazendo isso agora.

Desci o penhasco ainda sentindo o cheiro e o gosto de Cassia. Confiro via internet e vejo que o valor já foi depositado. Meu sorriso é largo. Na mesma hora o telefone toca. Mais um trabalho a caminho. Fim

Júlio Finegan
Enviado por Júlio Finegan em 05/04/2016
Código do texto: T5596276
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