SEU JUCA - 10 ANOS DEPOIS - CAPÍTULO IV

– Como pode? Depois de tanto tempo? – estranhou Rosa.

Seu Juca sem se alterar falou de maneira bastante franca:

– Querida graças aos céus tenho uma cabeça muito boa, chamamos de “memória fotográfica”. Quem a tem não esquece quase nada.

– Então se lembra do que me falou quando eu tentei entrevistá-lo aos meus treze anos? – Perguntou Rosa de uma maneira irritada.

– Claro, lembro como tivesse dito hoje mesmo. Falou Seu Juca.

– E porque disse aquilo? Porque mentiu para uma menina que só queria fazer seu dever de casa?

– Na verdade, eu queria que você contasse para as pessoas, porque elas não acreditariam em uma palavra do que você dissesse, tanto que, nem você acreditou, mas eu disse cem por cento de verdade. Eu disse que era meio extra-terrestre e que tinha contato com seres elementais. Falei a verdade.

– Ah é? E onde estão esses seres ? – perguntou Rosa sem acreditar.

– Um deles está ali naquele quadro – falou Seu Juca mostrando um quadro na parede com uma pintura surrealista.

– Estou vendo apenas um quadro ali – falou Valeriano tentando entender o que estava pintado no quadro.

– Bom eu falei a verdade, se quiserem acreditar bem, se não quiserem, não acreditem.

– Rosa perdendo a paciência falou:

– O Sr. é doido mesmo como as pessoas estão cansadas de dizer e colecionar globos de neve.

Seu Juca que não queria brigar, respondeu:

– A criatividade das pessoas quando é alimentada por boatos é bem grande hem?

– Não entendo como o Sr. diz isto se fala coisas sem nexo para as pessoas – retrucou Rosa.

– A falta nexo está no fato de você nunca ter visto o que eu falei. Se algum dia você o vir vai acreditar em mim – disse Seu Juca sinceramente.

– Conversa, o Sr. até enganou Dona Marieta. O que o Sr. fez para ela? – disse que atravessou o mar vermelho em uma nave espacial?

– Não fiz nada para Marieta, apenas contei para ela que era minha irmã, como uns elementais me contaram, mas ela não acreditou. Acho que ela não se lembrou do tempo que passamos juntos antes dela ser raptada.

– Tome tento seu velho caduco pare de enganar as pessoas é que é – disse Rosa destratando o meio- homem.

– Olhe moça, eu estou conversando educadamen…

De repente alguém entra na cabana.

– Pare essa menina! Ele é meu irmão sim. Eu consegui lembrar de certas coisas de nossa infância e elas dão muito certo com esse velho. Ele é velho sim, mas só na pele, mas a cabeça é diferente de qualquer uma nessa terra que todos vivemos. Ele não envelhece – Dona Marieta falou entusiasmada.

Seu Juca esboçou um sorriso maroto e disse:

– Então finalmente se lembrou Marieta.

Logo em seguida os dois abraçaram-se durante o tempo sobre os olhos incrédulos de Rosa e Valeriano. Então Dona Marieta explicou:

– Em um dia que nós catávamos frutas para a sesta, você se afastou um pouco da clareira e pouco depois chegou um casal e me levou a força para morar com eles. Eles andavam sempre armados e eu fiquei com medo de tentar fugir e fiquei morando com eles até morrerem trinta anos atrás.Durante o tempo da guerra perdi meu marido. Desculpe eu ter lhe destratado Juca.

– Não se preocupe irmã, naquele tempo todo não sabíamos que éramos manos – falou Seu Juca com lágrimas nos olhos.

Vendo que era demais para sua cabeça, Rosa saiu correndo da cabana. Valeriano foi atrás, mas disse que voltava para falar algo com Seu Juca que aceitou. Quando a porta da cabana foi fechada, o elemental que conversava com ele na floresta saiu do quadro que estava na parede.

– Mas que confusão – falou o ser de energia.

– Que nada, o problema é que ela não acredita. Não permite que haja outra possibilidade do que ela acredita como certo. Mas é melhor que ela ache mesmo que sou louco para nem aparecer mais aqui hehehehehe – disse Seu Juca Sorrindo.

Marieta perguntou o que era aquilo tão bonito e tão colorido e Seu Juca explicou para ela o que era um elemental. Levou o resto todo dia, mas explicou, agora se ela entendeu, são outros quinhentos.

Conclui a seguir...

Alci Santos
Enviado por Alci Santos em 09/05/2016
Código do texto: T5630439
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