O jardim dos mortos

No norte da Itália, existia uma mansão desconhecida, construída no século XX, cercada por um imenso jardim florido, onde um chafariz de arcanjos, enfeitavam a entrada. Um homem chamado Peter, se interessou pelo monumento magnífico e resolveu comprar, mesmo nunca ter visto o dono da residência. Caminhando pelo jardim misterioso, observa que as imagens dos arcanjos de pedra, parecia que o seguiam pelo olhar, como se notassem sua presença no local.
Ao bater na porta do casarão, um incrível eco sinistro e vazio, transmitia um som de silêncio, dando a impressão de que não existia ninguém ali dentro. Porém, surge a figura de uma linda moça sorridente, de pele branca e cabelos negros, caindo sobre os ombros.
-Gostaria de comprar sua mansão, quanto vale?-disse Peter enamorado com sua rara beleza.
-Ela não está a venda, me desculpe!
A jovem mudou de expressão misteriosamente e fechou a porta na cara do comprador, que mesmo não ter conseguido comprar o palácio, sorriu alegremente ao admirar a proprietária da estranha mansão. No dia seguinte, ele retorna ao local, segurando um ramo de rosas vermelhas, para presentear sua amada. Bateu na porta novamente e ao abrir, se deparando com a imagem daquele homem alto, disse aborrecida:
-Eu já disse que a minha casa não está a venda!
O jovem arquiteto que adorava apreciar coisas antigas, sorriu discretamente, olhando em seus olhos profundos, falando que na verdade sua visita foi por outro motivo:
-Eu vim vê-la, eu pensei em você a noite toda!
Surpresa com a declaração de amor, ela ficou sorridente e aceitou um passeio pelo jardim de sua mansão. Ao se olharem sob a sombra de uma árvore enorme, Peter se atreveu a pegar na sua mão fria, afirmando que a amava intensamente, até se beijarem apaixonadamente, esquecendo-se do tempo. Entardecendo, a moça desconhecida pediu á ele que fosse embora imediatamente antes de escurecer, estranhando seu comportamento, Peter aceitou, mas prometeu voltar no dia seguinte. Amanheceu, e o rapaz já estava caminhando pelo jardim, trazendo no bolso do terno, um lindo anel de diamantes, estava disposto a ficar com ela, pois nunca havia ocorrido isso com ele. Ao se encontrarem, deram um forte abraço e a jovem diz o seu nome, chamava-se Mary que pedi outro passeio pelo jardim misterioso. Andavam tranquilamente de mãos dadas pelas flores, até que sentindo a paixão no extremo, eles deitaram sobre o gramado úmido e fazem amor intensamente, sob um prazer indescritível da realidade. Com os corpos suados, Peter deitado, olha para o rosto daquela bela mulher, tinha certeza de que ela era o amor da sua vida, e ela sorri dizendo:
-Por que me olha assim?
O jovem arquiteto retira o anel de diamantes e olhando o interior de sua alma, disse:
-Você quer se casar comigo?
Aquele pedido de casamento veio como uma ameaça de morte, e vestindo seus trajes, a bela Mary pegou em suas mãos grossas e disse que se ele a amava realmente, deveria se afastar dela o mais depressa possível, antes que ele mesmo se arrependa dos seus atos.
Ao dizer essas palavras, a jovem donzela sai correndo pelo jardim, entre as rosas, chorando inexplicavelmente, até se trancar na estranha mansão. Peter ficou confuso, no entanto não iria desistir de viver esse grande amor. Porém, um telefonema de sua empresa o chama para retornar ao Estados Unidos urgentemente. Emocionado, Peter iria tentar convencê-la a ir embora com ele, e retornou á mansão no dia seguinte. A linda moça atende ao chamado com expressão de seriedade e tristeza, mas Peter avisa que irá embora para sempre e gostaria que ela fosse junto com ele, para serem felizes.
-Eu não posso, sinto muito...- disse Mary emocionada novamente.
Sentindo pena de sua amada, o nobre homem decide desistir da viagem e largar tudo para viver ao seu lado. Mas, a jovem insiste que ele partisse logo, pois não iria ser feliz ao lado dela. Por mais que ela implorasse em fazer com que ele fosse embora, peter estava determinado á ficar. No momento em que o sol começou a se pôr, e o céu começou a escurecer, Mary fica apavorada, mas era inevitável impedir o destino entre duas pessoas. Peter se aproxima dela e começa a beijá-la, e o brilho da lua, transforma aquela bela mulher em um esqueleto das trevas, assustando o pobre rapaz que sai correndo, avistando aquela criatura gritando intensamente e acaba sendo cercado no jardim por outros esqueletos, reparando que as rosas estavam secas e sem vida. Os espíritos malignos sugaram sua alma, tornando-se um deles por toda a eternidade.
E hoje, quem passa na frente desse jardim, afirmam que avistam um casal de mãos dadas, caminhando entre as flores...
Alexandre S Nascimento
Enviado por Alexandre S Nascimento em 16/07/2007
Reeditado em 27/09/2016
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