SLPEEN

Dedicado à Bruno Lithium, à quem compartilho spleen

Lá fora o dia resplandecente, mas dentro de mim uma saudade amorfa, sensível. Saudade de algo ou alguém, mas não sei o quê. Dentro de mim a noite, o crepúsculo pungente que plange, que aflige, que assusta e que crava uma estaca no coração. Lágrimas de sangue brotam de meus olhos oníricos; esses devaneios complexos são uma farsa, uma perfídia, uma ilusão. Mas é difícil não me apegar a esses doces sonhos, as ilusões; o vazio toma conta dos sentimentos e a morte parece trazer sombras e medo e ainda parece pairar sobre meus umbrais. Meu corpo é envolvido numa placenta de nada, de horror, de fim. A melancolia reina. O spleen parece lancinar os pensamentos que se passa em passos lentos, lôbregos e voláteis numa sede desmesurada. Algo que parece simples, conciso e confortante, mas ao mesmo tempo é difícil, complexo e, por isso, aterrador. É uma sede sanguinária pela carnificina de preencher o vazio. Sinto-me faminto por alguém ou algo, mas não entendo o quê.

Ele esta vazio, ele esta sozinho, ele pulsa, ele sangra, ele chora, mas acima de tudo ele busca. Será o dia? Será a noite? Será o amor? O que será? Apenas eu saberei.

Há um caminho, o meu caminho que sigo durante as noites sem sol ou os dias sem lua. Um caminho cego por um abismo negro de dor. Uma busca que tem a tristeza como companhia pertinaz. Mas para quem não se entrega de todo ao spleen e à morte, temos um longo caminho a FAZER. As buscas mostram-nos o medo, o horror, a tristeza... mas também nos mostra um sorriso, um acalanto e um grande amor.

As buscas são assim e são muitas as buscas da vida. E como somos eternos as buscas também são.

lord edu
Enviado por lord edu em 26/07/2007
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