Hemorragia - Veia de Vampiro

Vinícius, vice-presidente da maior empresa da cidade, um homem exageradamente bonito, esbelto, cabelos loiros e olhos azuis como uma piscina. Ele está sentado bem a minha frente e de vez em quando me olha. Ele é lindo. Sua boca fina e de deixar qualquer uma louca para beijá-lo. O presidente faz seu discurso e eu tento me concentrar em sua fala. Olha para Vinícius e cruzamos os olhares por um breve momento – ele está a fim.

Ao meio dia a reunião termina. Meu patrão se reúne com Vinícius e outros membros do conselho no canto da sala. Eu fecho meu notebook e dou mais uma olhada para ele que também me olha. Saio da sala e dou um tempo no corredor. Vou ao bebedouro e tomo água mesmo sem ter sede. A porta da presidência se abre e apenas o conselheiro e Vinícius saem conversando baixo. Eu chamo o elevador.

- Vai descer querida? - pergunta o conselheiro.

- Sim senhor! - respondo prontamente.

- Segura!

Nesse momento o presidente aparece na porta e chama o conselheiro.

- Jorge, esqueci de lhe falar algo, entre por favor, depois almoçaremos juntos, o que acha?

- Ótimo!

Bom. Restaram Vinícius e eu para descer. De repente um frio na barriga. Ele se aproxima. Seu perfume cítrico invade minhas narinas. Vendo de perto percebo o tom de sua pele. Branca, limpa, sedosa.

- Laura?

- Sim!

- Diretora executiva?

- Sim! - é só o que consigo responder.

- Está indo almoçar?

- Sim!

- Posso lhe convidar a ir até um restaurante aqui perto?

Ele é apressadinho, mais confesso que estou adorando.

- Adoro a comida e do vinho de lá, então, me dará a honra da companhia?

- Sim!

Fomos no carro dele já que teríamos que voltar para outra parte do expediente. O almoço foi delicioso. Vinícius falou de tudo, seu dia a dia, a profissão. Eu também falei e notei que ele não parava de me olhar nos olhos. Durante a sobremesa ele resolveu jogar pesado me convidando para um cinema. Eu aceitei.

Voltamos para a empresa e eu não conseguia tirá-lo da cabeça. Resolvi problemas dos mais diversos tipos. Encaminhei documentos, mandei e-mails e me reuni com minha equipe e pronto, fim de expediente. Entrei no meu carro e me lembrei do celular. Abri o Whatsapp e haviam vinte mensagens de Vinícius, me liga, por favor!

Disquei seu número e ele atendeu no primeiro toque.

- Estou lhe importunando?

- Não, imagina, do que senhor precisa?

- Preciso te ver mais uma vez.

Perdi a noção do tempo, da vida, do mundo. Me imaginei vivendo com o vice-presidente da maior empresa do país. Demorei um pouco a me situar.

- Alô, você ainda está ai?

- Oi, sim, estou sim, se o senhor quiser ainda estou no estacionamento, eu posso subir.

- Não, quero lhe ver fora desse ambiente, que tal hoje as vinte horas no restaurante Japonês que fica no centro?

- Aquele mega chique?

- Esse mesmo, me passe seu endereço, vou passar em sua casa.

Cheguei em casa. Tomei um banho demorado. Escolhi uma lingerie especial, de preferência bem pequena. Me olhei no espelho e realmente eu estava um espetáculo, a calcinha estava justamente como os homens gostam, cavada. Coloquei o vestido, me maquiei. Me perfumei. Olhei no relógio na parede, 19:47. Fui até a janela nenhum movimento, volto e me sento no sofá. Exatamente as vinte horas uma buzina soa e eu pulo do sofá.

Terno preto. Um lindo terno preto. Vinícius está lindo nele. Chegamos ao restaurante, um lugar extremamente luxuoso. Comemos, bebemos, rimos, até que ele segurou em minha mão e eu pude sentir o gelo. Sua mão fria tocou a minha e eu quase tive um treco. Ele começou a falar coisas que me deixaram confusa e ao mesmo tempo encantada. Saímos da li namorando praticamente. Nos beijamos dentro do carro. Fechei os olhos enquanto trocávamos saliva e quando os abri percebi que seus olhos estavam vermelhos, tipo brasas. Me afastei.

- O que foi?

- Seus olhos!

- O que tem eles?

- Estavam incandescentes.

Não transamos, mas ficamos na sacanagem quase a noite toda. Vinícius me tocava e principalmente me beijava o pescoço com voracidade. Vez por outra eu sentia seus dentes nele. Ele rosnava e me apertava. Quando finalmente sua mão tocou minha coxa até quase em minhas partes íntimas ele parou e se levantou.

- Preciso ir.

Seu rosto estava diferente, cheio de veias negras. Eu cheia de tesão engoli seco.

- Sim!

Ele se foi me deixando mole. Fui até a janela e ele já havia saído com o carro. Vinícius, afinal, quem é você?

Júlio Finegan
Enviado por Júlio Finegan em 12/11/2016
Código do texto: T5821641
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