O cavaleiro negro

A filha do rei estava prometida ao príncipe fênix, porém a jovem donzela amava outro homem, o humilde cavaleiro Max, filho de camponeses que trabalhavam na aldeia do reino. A majestade jamais aceitou a união da princesa com aquele rapaz pobre e por isso marcou a data do casamento com o nobre príncipe. Todas as noites de lua cheia, quando o brilho do luar refletia sobre a janela do quarto da garota, Max ficava sentado sobre um barril de rum, olhando sua amada pentear seus cabelos negros em frente ao espelho, mas nesse dia, ele nota a presença de mais alguém ao lado dela, e descobre que se tratava do seu noivo indesejado, que coloca em seu delicado pescoço, um colar de esmeraldas, uma jóia muito rara de ser encontrada. A fúria do garoto aumentou ao observar o príncipe beijando á força sua pretendente.
Na manhã seguinte, o jovem cavaleiro estava carregando lenhas para o fogo e distraído acaba deixando as madeiras caírem no chão terreno. Um velho ancião de barba rala, e roupas encardidas, segurando seu cajado mágico, se aproximou dele e disse:
-Tu amas a princesa, mas não se contém ao saber que ela se casará com o temido Fênix!
-Quem é o senhor?
O velho não disse o seu nome, no entanto contou á ele uma lenda macabra que existe neste castelo há milhares de anos. afirmou que o rei matou a rainha, devido á ela ter descobrido o seu maior segredo, uma armadura negra que ele esconde em algum lugar nas profundezas do reino maldito. Surpreso, o cavaleiro resolve descobrir onde ficava essa armadura secreta, pois queria vingança á sangue frio, contra todos, principalmente o príncipe. Inexplicavelmente, quando o jovem deus as costas ao ancião, o velho deu um sorriso cruel, como se parte do seu plano diabólico tivesse dando certo. Anoitece, e o jovem camponês conseguiu entrar pelos fundos vazios do castelo, se deparando apenas com um soldado adormecido na cadeira. Assustado, ele procurava a sala desconhecida, mas sua busca era inútil, até resolver entrar no quarto de sua amada, que ao vê-lo naquele estado melancólico, o abraça fortemente. Ao perguntar sobre a armadura misteriosa, a princesa jurou não saber de nada. Imediatamente, Max arrancou a moça do próprio quarto a puxando pela mão, dizendo que ambos deveriam ficar juntos para sempre. Porém, eles encontram uma porta enferrujada e quando quebrou as correntes com a espada, descobre a imagem de uma armadura negra no centro do salão. A jovem donzela saiu correndo, deixando o rapaz ao lado do objeto sinistro.
Quando vestiu a armadura, raios e trovões explosivos surgiram no céu escuro, onde as flores do jardim secaram repentinamente, tornando-se o cavaleiro negro, que trouxe novamente as trevas e sofrimento humano para á terra. A princesa acordou o pai e o seu noivo. Mas no momento em que os três estavam de cara com o lendário cavaleiro, um dragão das trevas surge das profundezas do abismo e com suas chamas ardentes, queimou o velho rei, até ter seu corpo totalmente carbonizado e depois devorado pela criatura. O príncipe retirou sua espada e desafiou o ser maléfico, que arrastando sua arma pesada de aço, cortou o pescoço do temido Fênix, agonizando no chão do castelo, tendo suas veias sangrando intensamente, lembrando-se somente da figura do cavaleiro negro encravando vários golpes afiados de sua espada no seu corpo, sem nenhuma misericórdia humana. O salão do castelo, era um lago de sangue derramado no chão frio.
A linda donzela se aproximou do cavaleiro, tentando amenizar aquele sofrimento, porém, ele encrava a espada no coração da moça, que cuspindo sangue de sua boca, disse:
-Eu te amo...
Inexplicavelmente, aquele ser diabólico ergueu a jovem pelo crânio e arrancou sua pele brutalmente, jorrando sangue pra todos os lados. Quando a alma dela saía do corpo para ir ao além, o maldito cavaleiro negro, invoca um exército de demônios que agarram sua alma pura e a levam para o inferno por toda a eternidade. Repentinamente, a luz volta ao normal e o jovem Max larga a misteriosa armadura repleta de sangue e avistou o velho da aldeia, segurando seu cajado, que disse:
-Isso é apenas o começo...
Alexandre S Nascimento
Enviado por Alexandre S Nascimento em 01/08/2007
Reeditado em 27/09/2016
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