ATAQUE NUCLEAR

Uma a uma nossas almas

Vão deixando nossos mortos

Anti-Cristo, anti-corpos

As malditas antirrosas,

Minha sorte, e minha morte

Já pairam por mim ansiosas

A guerra tomou a cidade

imponente e impiedosa

espalhando terror e maldade

em chama de calamidade

a onda de lava surgia, cruel e caudalosa

Rasga o céu cinzento

não restará vencedor

quem morre vira o tormento

corpos, almas, pensamentos

o odor de podre envolvia o resto que ali sobrou

Uma a uma nossas almas

Vão deixando os seus mortos

Anti Cristo, anti-corpos

As malditas antirrosas,

Minha sorte, e minha morte

Já pairam por mim ansiosas

Ardendo em carne crua

casas, pocilgas, coletivos

o cheiro que toma as ruas

do vento letal que flutua

que mata à revelia não quer deixar um só vivo

Sinto a iminente morte

enfim a se descortinar

meu corpo todo contorce

jamais pensei que a sorte

ceifasse a luz dos meus dias num ataque nuclear

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 23/01/2017
Reeditado em 01/05/2024
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