O arcanjo

Numa mansão desconhecida do século XIX, onde os moradores estavam desaparecidos há milhares de anos, existia a imagem de um arcanjo de pedra que enfeitava a entrada, através de um imenso chafariz, cercado por um jardim sombrio, cujas flores eram escuras e mortas. Em uma bela noite de luar, um casal de namorados estavam namorando embaixo da estátua misteriosa, até que o rapaz se aborrece ao ver o rosto sinistro do arcanjo, falando que dava a impressão que a escultura estava observando eles juntos. Ao dizer isso, uma intensa chuva se formou no céu, molhando os jovens europeus, que imediatamente foram obrigados a se prepararem para ir pra casa.
No dia seguinte, um homem de terno, segurando uma bengala rústica, passa em frente á mansão e observa uma criança brincando no jardim, aproximou-se dela e disse:
-Oi, onde estão seus pais?
-Estão dormindo, só que o meu anjinho está me protegendo, ele fica ali perto do chafariz...
O homem perplexo se aproximou do arcanjo de pedra, até uma senhora perguntar o motivo de sua curiosidade. Ao explicar o que aconteceu, a velha falou que ninguém morava naquela casa há mais de um século, e a única família tinha desaparecido misteriosamente. Anoite esse homem vai á mansão sozinho á procura de uma resposta. Porém ao entrar pelo portão de ferro, repara que o arcanjo estava sujo de sangue, mesmo assustado com a cena, se aproximou da porta e abriu. Caminhando pela sala escura e empoeirada, descobre várias pinturas de anjos nas paredes esburacadas, não entendia a razão daquelas imagens estranhas. Inesperadamente, a menina que ele viu no jardim, aparece na sua frente sorrindo. Mas quando, ele chegou perto dela, duas asas enormes surgem nas costas da criança, até se transformar em um arcanjo diabólico de chifres altos, dizendo que ele jamais deveria ter entrado ali dentro. O demônio encravou uma lança no peito do velho, que agoniza intensamente e logo morre.
O ser maligno sobrevoa o jardim e pousa em frente ao chafariz, tornando-se pedra novamente, repleto de sangue humano, até esperar a próxima vítima indefesa, pois esse enigma ainda estava longe de ser desvendado...
Alexandre S Nascimento
Enviado por Alexandre S Nascimento em 17/08/2007
Reeditado em 26/09/2016
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