O Balão Vermelho

Jonas era um garotinho de apenas oito anos, mas apesar de sua pouca idade, era muito curioso e ativo. Para ele, a pior hora do dia era o momento que ele deveria ir para cama, pois gostava de brincar até mais tarde. Sempre quando sua mãe ia procurar por ele para faze – lo dormir, ele entrava debaixo da cama, se escondendo, para que assim pudesse ganhar mais tempo acordado.

Por causa disso, a mãe de Jonas disse a ele que debaixo das camas dos meninos ativos e curiosos vivia um monstro de unhas longas e dentes afiados, que pegava as crianças que não queriam dormir e as levava para um portal totalmente desconhecido. E que chegando neste portal, todas as crianças eram mantidas como escravas, sendo obrigadas a obedecer ao monstro para toda a eternidade.

Com medo da história criada pela mãe, o pequeno Jonas parou de correr para não dormir. Até que num dia, ele estava dormindo tranquilamente quando acordou num sobressalto: havia algo batendo debaixo de sua cama. Olhou para o relógio, marcava três da manhã. O pequeno já ia se levantar para acordar a mãe quando viu um balão vermelho saindo debaixo da cama.

Na hora que viu o balão, ficou encantado, nem quis saber como ele havia ido parar ali. Começou a ir de encontro ao balão, enquanto este entrava cada vez mais para debaixo da cama. O menino estava tão encantado com o balão que nem lembrou do que sua mãe havia dito. Foi mergulhando cada vez mais para debaixo da cama, e a medida que andava, o balão se afastava, ele nunca conseguia pegar.

Até que de repente, o balão desapareceu. A sua volta, havia apenas escuridão. Tentava caminhar de volta para o seu quarto, mas este havia desaparecido.

Na manhã seguinte, quando a mãe de Jonas foi acordar o filho, percebeu que ele já não estava mais lá. Olhou debaixo da cama, lembrando das manias do menino, mas pode ver apenas os estilhaços vermelhos de um balão.

Jonas foi dado como morto com o tempo.

Vinte anos se passaram, a mãe de Jonas se mudou daquela casa que se trazia a ela lembranças do filho desaparecido, fazendo – a adoecer gradativamente. Já o menino, por sua vez, vive até hoje em um portal onde o tempo não passa. Ele ainda tem oito anos de idade, mas hoje, é escravo de um monstro horrível, de dentes afiados e garras longas. Ele e outras inúmeras crianças são usadas por este monstro para atrair mais outras crianças, curiosas e ativas, assim como ele foi um dia.

Mayara Morenna
Enviado por Mayara Morenna em 01/11/2017
Código do texto: T6158938
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