Ajude - me

Era inicinho de noite quando Miguel viajava em seu cavalo. Estava muito longe de casa, cansado, e sabia que naquela noite não ia poder descansar. Além de estar sem um tostão no bolso, não havia uma só hospedaria naquele lugar. Era praticamente mata fechada. Mas ele não poderia parar, pois precisava entregar aquela encomenda assim que o sol clareasse. Aí sim voltaria para casa.

Quando seguia no meio da mata, Miguel escutou uma voz feminina bem fraca "Ajude-me, ajude -me"

Ficou assustado com aquilo. Chegou a pensar que alguma mocinha havia sofrido um ataque e estaria gravemente ferida esperando por socorro.

O bondoso homem, decidiu então que não ia fazer mal se a entrega atrasasse. Seria melhor que ele seguisse o som da voz e ajudasse a garota.

Quanto mais Miguel se embrenhava na mata fechada, dentro daquela floresta escura, mais a voz ficava clara. Ele tinha certeza de que estava muito próxima,mas tinha dúvidas de se ela realmente estava machucada. Talvez tivesse apenas perdida.

Andou para mais perto, onde supostamente a voz estaria vindo. Ao passo que alcançou o local, a voz parou. Quase que desesperado, Miguel começou a gritar pela garota na esperança que ela aparecesse e que não tivesse medo. Mas nada aconteceu. A sua volta, tudo era escuro, mas pela luz da lua cheia, pode avistar uma pequena cabana ao longe.

Miguel caminhou até ela. Já na sua frente, chamou por alguém. Estava assustado, porém feliz pois aquela cabana poderia servir de hospedaria para ele passar a noite.

Um senhor bem velhinho e cansado atendeu a porta. Miguel explicou a situação. Disse que estava andando a cavalo quando ouviu alguém pedindo por ajuda. Resolveu então seguir a voz para que pudesse ajudar a pessoa necessitada.

O senhor então, sorriu meio que em deboche. Agradeceu ao rapaz pela preocupação e disse que aquilo era normal. Desde que sua filha, Sabrina, de 17 anos havia se matado enforcada debaixo de uma árvore, sempre alguém a ouvia pedindo ajuda.

Miguel se arrepiou por dentro. Sentiu medo, mas estava tão cansado que acabou pedindo para pernoitar por ali mesmo. O senhor deixou.

A casa era bem simples. O senhor morava sozinho e pelo jeito que a casa estava, era possível perceber que ele não era muito organizado.

Passou a noite por ali.

No outro dia, assim que acordou, notou que a casa era diferente. Coberta por poeira e teias de aranha, ela não tinha o aspecto da noite anterior. Procurou pelo senhor mas não o encontrou.

Já indo embora, viu uma sepultura do lado de fora da casa. Achou que fosse da menina que cometera o suicídio, porém, reconheceu na foto o senhor com quem conversara a noite anterior.

Mayara Morenna
Enviado por Mayara Morenna em 07/11/2017
Código do texto: T6164570
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.