A NOITE QUE PASSAMOS JUNTOS
 
 
    Após fazermos check in, subimos para o quarto no segundo andar, número 66. A luz do corredor estava apagada quando chegamos e não me pareceu que as outras suítes estavam vagas. Laura, apertou minha mão, havíamos nos conhecido a quase duas horas num restaurante do centro, ainda assim, só levou cinco minutos para chegarmos no motel. Não conseguia resistir aquele sorriso, a perfeita formosura dos seus lábios, marcados assiduamente de vermelho-escuro e seus cabeços... tão deslumbrantes, um tom loiro ardente. Ela seduziu-me no momento que entrou por aquela porta.
     A suíte era sem dúvida reconfortante. As paredes singelamente provocantes alternavam-se em vermelho-vivo e roxo-escuro, incrementada pela textura de corações. A cama no centro do quarto tinha um formato de coração e haviam pétalas de rosas sobre ela — Que lindo Paulo, como conseguiu? Soltei um sorriso um tanto tímido e troquei de assunto. Sua pele era tão macia. Acariciei seu ombro, tocando-o com cuidado, rolando a ponta dos dedos por sua pele arrepiada até terminar num beijo, que levei até o seu pescoço, dominando-a. Empurrei-a com cuidado sobre a cama, Laura puxou minha gravata e tirou meu blaiser. Quando beijei seus lábios, parecia ter chegado ao paraíso. O perfume se uniu ao doce desejo por sexo, e sabor de seus lábios evadiu minha língua.
     À medida que o clímax se aproximava, alinhavamos nossos corpos em movimentos sutis. Ela tirou por fim minha calça, naquele momento estava apenas de cueca e ela de Lingerie. Então, quando menos esperávamos houveram duas pancadas na porta. Broxei de susto — Quem está aí? Gritei. Uma segunda onda de pancadas surgiu. Dessa vez mais forte e pesada. Me levantei abrupto e de pés descalços fui até a porta. Pelo olho magico puder ver que havia um garoto do lado de fora com a cabeça abaixada — O que você quer? Gritei para o garoto, mas não tive resposta. — Tem um garoto na porta! Falei. Voltando ao olho magico, o garoto havia sumido. Decidi abrir a porta, realmente não sei porque, mas decidi abrir. Não havia ninguém do lado de fora, só um corredor deserto e escuro.
     Voltei ao quarto momentos depois, Laura estava estranha desde que voltei. Não quis mais me tocar, disse que queria dormir, pois estava cansada. À noite, por volta das 02h30, acordei com as pancadas na porta, contudo ao abrir os olhos, Laura não estava mais na cama, e a porta do quarto estava aberta. Senti uma brisa gelada ressoar para cima da cama e então levantei. Alguém estava chorando próximo da porta. Tentei ligar a luz para poder enxergar melhor, mas a luz não funcionava. Algo tocou minha mão — Venha querido, volte para cama, eles só querem olhar... Laura surgiu, rodeada pela penumbra, ela tocou meu queixo carinhosamente, senti dedos esqueléticos raspando minha barba, e então ela me beijou.  
Vinícius N Neto
Enviado por Vinícius N Neto em 29/01/2018
Reeditado em 29/01/2018
Código do texto: T6239072
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