Instórrria real

A narrativa se estabelece com a figura de um príncipe, um desses eterno prometidos qualquer, vivendo em uma região muito afastada. Além do velho castelo – herança de outros séculos –, havia uma gigantesca estufa, considerada a mais bela do reino por toda decadente nobreza. Vez por outra, até recebia visitas, embora as detestasse intensamente. Sua vida era sempre a mesma: do castelo à estufa e desta de volta, para onde? Ao castelo. Na verdade, sentia-se cárcere daquela situação.

Certa manhã, contrariando as leis máximas dos paradigmas reais, resolveu dar fim a todo seu pragmatismo e partir para um passeio sozinho, somente em torno do castelo. Foi então que caminhando pelo desconhecido, um estranho bosque, tudo ali era deveras estranho e atraído por esse conjunto estereótipo, descobriu no meio de uma pequena moita, uma espécie de pseudo vegetal, uma flor meio singular. Toda negra, ela se destacava de forma surpreendente do conjunto.

O jovem então estava extasiado, excitado com a possibilidade de conhecer algo novo, aproximou-se dela para sentir o intenso aroma. Meio entontecido com aquele raro perfume resolveu puxá-la e levá-la para o castelo. Foi quando sentiu que a flor estava muito gelada, toda sua a haste se destacava por uma forma cilíndrica, apesar de não saber o que é, não lhe era desconhecido.

Diante da impossibilidade de fuga aproximou –se, novamente a fim de certificar-se quanto a uma terrível suspeita. O disparo pelo cano, junto com os pássaros a voar, os últimos miolos reais de uma Instórrria real em toda a região.

Aquela altura, o povo declarava que sem dúvidas, a massa e os pássaros haviam traçado um belíssimo desenho no espaço.

Rafinha Heleno
Enviado por Rafinha Heleno em 17/04/2018
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